A Galeria de Arte do Casino Estoril inaugura, no próximo dia 17 de Outubro, às 17 horas, uma exposição intitulada “Terra Separada II”, da autoria do artista plástico Fernando Gaspar.
“Todos os artistas têm um começo. O do Fernando Gaspar foi, quando, com sete ou oito anos, percorria com seu pai os lanços de mar da ria de Aveiro, a pintar os barcos coloridos e os velhos estaleiros, que bordejavam a ria. Quis ser artista. A modalidade por ele escolhida foi a aguarela. Depressa passou a dominar os seus segredos: o sentido da cor, a correta escolha dos temas, o arrumar da composição, as transparências.
Quando ainda muito jovem me apareceu na Galeria de Arte do Casino Estoril (já o António Joaquim, grão-mestre, da aguarela me havia falado dele e do seu talento) era já um senhor aguarelista que começou a expor nas colectivas de aguarelistas e nos Salões de Primavera, instituído para divulgar os trabalhos dos jovens artistas com talento, como era o caso”, revela Nuno Lima de Carvalho, Director da Galeria de Arte.
“A primeira exposição individual na Galeria de Arte do Casino Estoril foi em 1990, teve o sabor de uma profecia que, passados poucos meses tive o gosto de ver concretizada.
Escrevi nessa altura no catálogo dessa exposição: Fernando Gaspar nunca deixou de pretender ir mais além, experimentando práticas novas no riquíssimo mundo da Pintura.
E, de um dia para o outro, apareceu com composições que pouco tinham a ver com a sua prática anterior, que foi recurso à técnica mista em que a metade inferior do suporte era reservada a grandes manchas acrílicas e a parte superior reservada à aguarela em manchas, com alguma figuração, linguagem que foi marcante na sua carreira artística”, recorda Nuno Lima de Carvalho.
“Poucos anos depois, surgiria outro passo, digamos que gigante, com a exposição “Ibéria”, em que abraçou o expressionismo abstrato. Exposição marcante apresentada na Galeria de Arte do Casino Estoril, em Outubro de 2006 e que depois se apresentaria como exposição itinerante em Espanha”.
“Referência na sua carreira foi a exposição apresentada em Atlanta, uma presença que foi marcante no seu currículo, onde apresentou um conjunto de trabalhos inspirados em questões “bem quentes”, como os acontecimentos da Ucrânia e as migrações, nas fronteiras Leste da Europa e no Norte de África, com horríficos naufrágios e milhares de mortes”.
“Fernando Gaspar pensa que os artistas não se podem alhear destes cenários de horror, tendo escolhido para título desta exposição “Terra Separada II”. Pretende com esta exposição “dar a sua nota reflexiva”, destes momentos trágicos para a Humanidade”, conclui Nuno Lima de Carvalho.
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