A 19 de setembro assinalam-se os 120 anos de nascimento de José de Azeredo Perdigão, que presidiu à Fundação Calouste Gulbenkian desde a sua criação, em 1956, até à data da sua morte, em 1993. A inauguração de um novo busto no Museu Calouste Gulbenkian – Coleção Moderna, uma conferência e um concerto com o Coro e Orquestra Gulbenkian são alguns dos momentos da homenagem preparada pela Fundação ao seu primeiro presidente.
Nas comemorações do 120.º aniversário do nascimento de José de Azeredo Perdigão realiza-se uma conferência de homenagem em que participam António Ramalho Eanes, Adriano Moreira, Rui Machete, José Blanco, Pedro Paulo Perdigão e Artur Santos Silva. No mesmo dia, é apresentado no Museu Calouste Gulbenkian – Coleção Moderna um dossiê especial da revista Colóquio/Letras dedicado a José de Azeredo Perdigão. Este suplemento do número de setembro da Colóquio/Letras inclui textos de Marcelo Rebelo de Sousa, Emílio Rui Vilar, Artur Santos Silva, Guilherme d’Oliveira Martins e José-Augusto França.
Revisita-se nesta publicação o discurso proferido por Victor de Sá Machado, em 1982, numa homenagem prestada a José de Azeredo Perdigão pela Câmara Municipal de Lisboa, mas também textos de Eduardo Lourenço, Mário Soares, António Guterres e Eduardo Marçal Grilo, bem como intervenções do próprio Azeredo Perdigão, como uma entrevista ao Diário de Lisboa, publicada a 1 de janeiro de 1949.
As comemorações encerram com a inauguração de uma escultura de homenagem a José de Azeredo Perdigão no Museu Calouste Gulbenkian – Coleção Moderna, da autoria de Clara Menéres, a mesma artista que assina a escultura Papisa (1980), em exposição permanente no Jardim Gulbenkian. No âmbito desta homenagem, realiza-se ainda no Grande Auditório, às 19h, um concerto com o Coro e a Orquestra Gulbenkian.
Os bilhetes para a conferência e o concerto são gratuitos, no limite dos lugares disponíveis do Grande Auditório, e podem ser levantados no dia 19 de setembro, a partir das 10h.
Calouste Gulbenkian e Azeredo Perdigão: um encontro determinante
Natural de Viseu, Azeredo Perdigão licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra e foi um dos fundadores, em 1921, da revista Seara Nova. Ao longo da sua vida, recebeu inúmeras distinções, entre as quais a Legião de Honra de França, em 1966. Destacou-se como advogado e jurista, e foi o seu prestígio profissional que levou Calouste Gulbenkian a recorrer aos seus serviços. Em 1942, o encontro entre os dois em Lisboa seria determinante na vida de Azeredo Perdigão e na história da cultura em Portugal, sendo fundamental o papel de Azeredo Perdigão, executor testamentário de Calouste Gulbenkian, na decisão do homem de negócios e colecionador de origem arménia de deixar a fundação com o seu nome em Portugal.
A partir de 1956, Azeredo Perdigão abandona todas as suas anteriores atividades para se dedicar em exclusivo às funções de presidente do Conselho de Administração da Fundação. Foi autor do livro Calouste Gulbenkian, Colecionador (1969), no qual relata a forma como foram selecionadas e adquiridas as obras de arte que hoje constituem a Coleção do Fundador e que foram reunidas no Museu Calouste Gulbenkian.
Algumas das mais emblemáticas iniciativas da Fundação, como o Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas, deveram-se ao seu empenho pessoal. Teve uma intervenção decisiva na criação, em 1961, do Instituto Gulbenkian de Ciência e foi fundamental o seu apoio à criação da Colóquio, Revista de Artes e Letras, de 1959 a 1970, depois dividida em Colóquio/Artes, dirigida por José Augusto-França, e Colóquio/Letras, cujos primeiros diretores, em 1971, foram Hernâni Cidade e Jacinto do Prado Coelho. A criação do Centro de Arte Moderna, em 1983, e a criação do Serviço ACARTE, também a ele se devem.
PROGRAMA
19 setembro 2016
16h, Grande Auditório
Conferência de Homenagem ao Doutor José de Azeredo Perdigão
Com Artur Santos Silva, António Ramalho Eanes, Adriano Moreira, Rui Machete, José Blanco e Pedro Paulo Perdigão
18h, Museu Calouste Gulbenkian – Coleção Moderna
Inauguração do busto do Doutor José de Azeredo Perdigão, da autoria de Clara Menéres
Lançamento de suplemento especial da revista Colóquio/Letras
19h, Grande Auditório
Concerto de Homenagem
Missa em Si menor BWV 232, Kyrie e Glória de J. S. Bach, Coro e Orquestra Gulbenkian dirigidos por Michel Corboz
Sinfonia n.º 5 em Dó menor op. 67 de Beethoven, Orquestra Gulbenkian dirigida por Pedro Neves
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