terça-feira, 15 de julho de 2014

Uma visita diferente ao Jardim Zoológico de Lisboa



                     



Foi há 130 anos inaugurado o primeiro Jardim Zoológico de Lisboa, no entanto a ideia para a criação de um jardim zoológico em Portugal, nomeadamente na cidade de Lisboa, tinha surgido uns anos antes.
Assim em Agosto de 1882 começaram a circular rumores na imprensa lisboeta da criação de um jardim zoológico na capital portuguesa. Nesta altura, ainda não existia na Península Ibérica nenhum parque dedicado à flora e fauna exótica do mundo. Esta ideia para a criação de um jardim zoológico foi idealizada por o Dr. Pedro Adriano Van Der Laan, o Dr. José Thomaz de Sousa Martins, notável e famoso médico, juntamente com o barão Kessler, Bento de Sousa e May Figueira, apoiado também nesse mesmo ano pelo rei D. Fernando II e o conhecido zoólogo José Vicente Barboza du Bocage. Juntos decidiram formar uma sociedade zoológica e de aclimação de animais e plantas nos mesmos moldes que já existiam em França e nos Países Baixos. Nos finais desse mesmo ano, o grupo viajou pela Europa, com o objetivo de visitar os jardins zoológicos já existentes em algumas das capitais europeias, recolhendo assim conhecimentos, ideias e práticas para a criação de um jardim zoológico em Lisboa. A 19 de Fevereiro de 1883 um grupo de notáveis portugueses, reuniu-se para a apresentação do projeto, que teve o incentivo do próprio rei D. Luís, sendo elaborada uma escritura a 5 de Setembro de 1883, após os necessários estudos e levantamento da capital. De seguida iniciaram-se as obras nos terrenos escolhidos, em São Sebastião da Pedreira, tendo sido ai construídos pavilhões, viveiros e gaiolas, para manter os primeiros animais em exposição. Foi então a inaugurado solenemente a 28 de Maio de 1884 o Jardim Zoológico de Lisboa e de Aclimação, com uma coleção de 1127 animais à disposição do público, alguns dos quais doados pela família real portuguesa e outras personalidades. O público acorreu em grande número, com entusiasmo e euforia a esta cerimónia de inauguração, que contou com a presença da família real e de diversas autoridades. Até finais desse ano, registou-se uma afluência de 170.000 visitantes, que elegeram neste espaço como principal atração sobretudo os grandes felinos e a fauna do continente africano. Nos dois anos seguintes continuaram a atrair muitos visitantes, mas dificuldades de ordem diversa, entre as quais alegadamente o mau tempo, em que se registou uma queda acentuada de visitas, tendo-se defrontado o jardim zoológico, com algumas dificuldades, solucionadas com um pedido de subsídios à Câmara Municipal de Lisboa e com a criação de uma nova atração, passeios de barco pagos no lago do parque, bastante populares à época. Desta forma a instituição conseguiu equilibrar as receitas e fazer algumas obras de melhoramentos. O Inverno de 1892 começou muito rigoroso, tendo provocado alguns estragos como o derrubamento de algumas árvores e a destruição da cobertura de alguns viveiros e pavilhões, antes do final do ano vieram a falecer os donos do parque, o Dr. João António Pinto e D. Maria das Dores Pinto, com o fim da cessão dos terrenos onde se instalara este primeiro jardim.

                                                                                      Dr. Pedro Adriano Van Der Lann
                                                                        mentor do projeto para o Jardim Zoológico de Lisboa


                                             
                                                                                       Dr. José Thomaz de Sousa Martins
                                                                       um dos impulsionadores do Jardim Zoológico de Lisboa
                                                                                                      

 
 

 
                                                                      Entrada do primeiro Jardim Zoológico e de Aclimação
                                                                                           em São Sebastião da Pedreira


                                        
                              Aspeto geral do primeiro Jardim Zoológico e de Aclimação em São Sebastião da Pedreira



 
                                                                                 Guia do Jardim Zoológico e de Aclimação
                                                                                  do parque de São Sebastião da Pedreira





                                                      Aspetos do Jardim Zoológico e de Aclimação de São Sebastião da Pedreira




No ano de 1894, o jardim zoológico foi obrigado a ficar só com os terrenos de Palhavã, local onde hoje se situa a Fundação Calouste Gulbenkian, contíguos a norte dos de São Sebastião da Pedreira, que arrendara para as suas novas instalações. Estes novos terrenos bem diferentes dos anteriores, devido à falta de vegetação e à difícil comparação com a beleza do antigo parque a que os visitantes estavam acostumados, tendo sido feita uma rápida arborização e construção de instalações para os animais. Foi, a reinauguração do parque feita a 13 de Maio de 1894, ainda sem o grande lago e a vegetação frondosa a que o público se tinha habituado. É neste período, que o Jardim Zoológico começou a vender e a exportar animais, dos que possuía em excesso, de forma a equilibrar as finanças do parque. Devido as facilidades oferecidas pela empresa Nacional de Navegação, que cedia gratuitamente o transporte dos animais, o que também facilitou a vinda de novos espécimes doadas por várias colónias portuguesas em África e no Oriente. No coreto existente neste jardim tinham também lugar concertos por parte de bandas musicais, o que atraía mais público, tornando o Jardim Zoológico num autêntico espaço cultural. Para facilitar o afluxo de público visitante do parque, em 1902 é inaugurada uma nova linha de elétrico, a carreira 24, que parava junto ao zoo. Com o fim do arrendamento dos terrenos a acabar em 1905, a sociedade do jardim, no ano de 1903, decidiu arrendar os terrenos da Quinta das Laranjeiras em Sete Rios, do Conde Farrobo, com a generosidade do proprietário à época, o Conde de Burnay.


                                                                           Entrada do Jardim Zoológico de Lisboa em Palhavã


 
Aspetos do Jardim zoológico de Lisboa em Palhavã


Uma vez mais e durante os meses seguintes, procedeu-se a mudança dos equipamentos do Jardim Zoológico para a nova morada. E assim a 28 de Maio de 1905, ocorreu a inauguração do novo jardim na Quinta da Laranjeiras, estes terrenos já se encontravam arborizados e com uma área que oferecia maior espaço para as instalações dos animais, cerca de 94 000 metros quadrados. Por curiosidade em Agosto desse ano registou-se a fuga de um leopardo enquanto estava a ser transferido, o animal teve de ser abatido por um membro da Guarda Nacional, não se tendo registado feridos ou danos materiais, no entanto a imprensa da época deu enorme destaque ao acontecimento exagerando nas ilustrações do mesmo. Em 1907 foram assinadas as escrituras com as cláusulas para o estabelecimento definitivo do Jardim Zoológico no Parque da Quinta das Laranjeiras. Tendo sido convidado para presidente honorário da instituição, o rei D. Manuel II a suceder seu pai D. Carlos I. Nesta época o Jardim Zoológico enfrentou alguns problemas ligados aos cuidados de saúde de algumas espécies que se iam extinguido no parque, nomeadamente os chimpanzés. No entanto outras espécies mostravam longevidade, havendo ursos, águias, grifos, e macacos que remontavam ás instalações de São Sebastião da Pedreira.


Palácio do conde Farrobo na Quinta das Laranjeiras, início do séc. XX




                                      Majestosa entrada do novo Jardim Zoológico e de Aclimação de Lisboa na estrada de Benfica




                                                          Planta com legenda do Jardim Zoológico e de Aclimação de Lisboa
                                                                          no parque das Laranjeiras de meados de 1905






                               
                                                                                         Aspetos do novo Jardim Zoológico e de Aclimação de Lisboa
                                                                                                           no parque da Quinta das Laranjeiras



                          Recinto das zebras no Jardim Zoológico de Lisboa em início do séc. XX



                                                                              Recinto das aves com as respetivas gaiolas no Jardim Zoológico de Lisboa no início do séc. XX


                                                                  
                                Estufa no Jardim Zoológico de Lisboa em início do séc. XX



 
O Jardim Zoológico de Lisboa, continuou a receber uma grande variedade de fauna africana doada pelos membros dos seus governos e assim, em 1911 iniciam-se as primeiras permutas de animais com outros jardins zoológicos do mundo. Em 1912 o arquiteto Raul Lino projeta novas instalações para o Jardim Zoológico, começando pelo espaço dos cangurus, seguindo-se mais tarde outras mais instalações. A 12 de Março do mesmo ano, o congresso da República decretou uma lei que declarou o Jardim Zoológico e de Aclimação de Portugal, como instituição de Utilidade Pública, tendo o decreto a data de Março de 1913. Foi fundado nesse mesmo ano também o Grupo dos Amigos do Zoológico, tendo como primeiro associado o então presidente da República, Dr. Manuel Arriaga. É também neste ano que a instituição faz uma grande campanha de publicidade com numerosos cartazes pelas ruas da capital, com a imagem do primeiro hipopótamo doado ao Jardim Zoológico, registando com isso um aumento de visitantes. Em 1926 recebe o jardim o seu primeiro elefante africano juntamente com dois dromedários, oferecidos pelo rei de Itália. O mês de Maio de 1927 fica marcado pela inauguração de mais uma obra de requalificação do Jardim Zoológico, da autoria de Raul Lino, desta vez a Aldeia dos Macacos, que viria a ser um dos marcos conhecidos deste parque. No ano de 1928, é recebido um grande lote de aves do Brasil, oferecidas pelo cônsul de Portugal em Manaus, o Sr. Anuplio de Lemos. O chamado Solar do Leões, é inaugurado a 22 de Maio de 1931, com a presença do Presidente da República e outras autoridades, esta instalação possibilitava uma visão inovadora sobre estes animais, uma vez que não tinha barras de ferro na frente, o que agradou muito aos visitantes. É de destacar por curiosidade, em 1933, o realizador Cottinelli Telmo, que filmou cenas para o seu filme  "A Canção de Lisboa" no Jardim Zoológico, filme que alcançou enorme sucesso, com cenas que ficaram famosas e na memória de muitos até hoje. Nesse mesmo ano são construídos a Ilha dos Ursos e o Cerrado dos Elefantes. Chegam no ano de 1937, entre outros, apenas da colónia da Guiné portuguesa, cerca de 440 animais. Não muito longe do parque, também o apeadeiro da Cruz da Pedra, na linha de Sintra, que dava acesso aos visitantes a esta zona, passa a designar-se de Cruz da Pedra -  Jardim Zoológico.



       

 
         
                                       Postais ilustrados do Jardim Zoológico de Lisboa mostrando as instalações de alguns animais
                                                                                             no início do séc. XX
 
 
                                                             Aspetos do Jardim Zoológico de Lisboa no parque das Laranjeiras
 
 
 

                               Passeio de elefante nos anos 20 no Jardim Zoológico de Lisboa
 
 
 
                                               
                                                              Aspeto do recinto dos camelos no Jardim Zoológico de Lisboa


 
                                                           Cartaz de campanha publicitária do Jardim Zoológico de Lisboa
                                                                  com hipopótamo preto, em meados do início do séc. XX





                       Aldeia dos Macacos no Jardim Zoológico de Lisboa da autoria de Raul Lino
 
 
 
                                      
                                                                       Os designados "Cerrado dos Elefantes" e "Solar dos Leões" no Jardim Zoológico de Lisboa

 
 
 
Aspeto do lago do Jardim Zoológico de Lisboa
 
 
 
                                                              Famosa cena do filme "A Canção de Lisboa" de Cottinelli Telmo
                                                           com o ator Vasco Santana em 1933 no Jardim Zoológico de Lisboa
 
 
 
 
                                                 Tratador passeando elefantes junto ao público no Jardim Zoológico de Lisboa
                                                                                         em meados dos anos 30

 
 
                                                       
            Demonstração de habilidades com chimpanzé no Jardim Zoológico de Lisboa nos anos 30
 
 
 
                                                       Apeadeiro na linha de Sintra designado Cruz da Pedra Jardim Zoológico
 
 
 
 Entre 1946 e 47, as instalações do Jardim Zoológico Lisboa são melhoradas, com a construção da Casa das Girafas, a Torre dos Corvos e o Parque Rústico onde os habitantes de Lisboa podiam apreciar um pouco da vida rural. O Jardim Zoológico é galardoado no ano de 1952, pela Câmara Municipal de Lisboa, com a medalha de ouro da cidade, ficando assim com os dois prémios mais prestigiados de reconhecimento: o de Instituição de Utilidade Pública e a Medalha de Ouro de Lisboa. Nos anos seguintes o Jardim Zoológico de Lisboa, continuou a receber mais espécimes raros vindos de diversas partes do mundo. Só no ano de 1956 meio milhão de visitantes foram recebidos neste jardim, tendo sido considerado na época como um dos mais belos da Europa. Em Outubro de 1961 é inaugurada a nova e majestosa entrada de Sete Rios, para além do Jardim Zoológico dos Pequeninos, um espaço dedicado às crianças. Inaugura-se também uma pista de patinagem, os passeios de elefante e o retorno dos passeios de barco no lago. Do ano de 1965 em diante continuaram a haver inúmeros nascimentos de animais no Zoo, nomeadamente de algumas espécies em perigo de extinção. Em 1972 nasce uma ninhada de tigres da Sibéria.
 

 
                                       Aspeto da designada "Casa das Girafas" no Jardim Zoológico de Lisboa em finais dos anos 40




 
      Vista do interior da nova entrada do Jardim Zoológico de Lisboa do lado de Sete Rios em 1961
 
 
 
 
 
 
                                             
                                              Espaço lúdico no Jardim Zoológico de Lisboa em meado dos anos 60 com carroceis
 
 


 
Entrada do Jardim Zoológico dos Pequeninos em meado dos anos 60
 
 


 
                                                                Pista de patinagem no Jardim Zoológico de Lisboa anos 60
 
 


 
                                             
                                                                Passeios de elefante no Jardim Zoológico de Lisboa nos anos 60


 
 
 
    
                         Restaurante esplanada no Jardim Zoológico de Lisboa em meados dos anos 60
 
 
 
 
 
 
                                        
                                                                                Lago do Jardim Zoológico de Lisboa com passeios de barcos vulgo "gaivotas"
                                                                                         (" gaivotas" designação dada aos pequenos barcos movidos a pedal)
 
 


 
                                                                O designado "Solar dos Leões" no Jardim Zoológico de Lisboa
                                                                                              em finais dos anos 60 







                                                     Exterior da entrada do Jardim Zoológico de Lisboa em finais dos anos 60
 


 
 
Com a Revolução dos Cravos e a independência das antigas colónias portuguesas, o Jardim Zoológico de Lisboa mergulhou numa situação de crise por falta de verbas. Deixaram de ser recebidos os subsídios oficiais e as verbas que provinham de Angola e Moçambique, assim como ficaram suspensas as remessas de animais desses países africanos. Só no início da década de 80 foram tomadas medidas para solucionar os problemas que o zoológico enfrentava.









                                                                        Aspetos do Jardim Zoológico de Lisboa nos anos 70





Em 1983 é criada uma nova administração que, graças à publicidade, à participação de várias empresas e entidades, assim como a criação do bingo, tornou possível revitalizar a instituição.
No início da década de 1990, a aquisição de novos espécimes veio enriquecer a coleção, assim como a campanha de apadrinhamento de animais, voltada para qualquer entidade, pública ou privada. Foi a multinacional Lacoste a primeira interessada nesta campanha, que apadrinhou a manutenção dos crocodilos. O jardim começa esta década de 90 com bastante sucesso graças a vigorosas campanhas de publicidade que fizeram aumentar o número de visitantes. No ano de 1990, com a visita do diretor do Jardim Zoológico de San Diego e com a oferta de três espécies de grande valor zoológico, um casal de pandas vermelhos disponibilizado pelo governo chinês, coalas e bongos. Os dois primeiros beneficiaram de novos e modernos recintos, que prestavam mais atenção ao bem estar dos animais e não apenas à sua exibição pública, com a introdução de elementos próprios que estimulam os comportamentos naturais dos mesmos, elevando assim a taxa de reprodução das espécies. Com o objetivo de transformar as condições das instalações àquelas que cada espécie encontraria na Natureza, o Jardim Zoológico de Lisboa, aos poucos foi adaptando as instalações de todos os animais da sua vasta coleção. Em 1991 e graças à chamada "Operação Arca de Noé", o Jardim Zoológica de Lisboa recebe mais animais que vão enriquecendo a sua coleção. No ano seguinte, em 1992, com a intensificação das relações internacionais, o zoológico passou a fazer parte da (EAZA), Associação Europeia de Zoológicos e Aquários, participando no (ISIS), International Species Information System, cujo programa informativo consistia numa base de dados de todos os animais em cativeiro do mundo. Foram substituídas as redes e grades das instalações dos pequenos primatas por vidro ou fossos com água. Estes e outros animais do zoo, viram o seu habitat remodelado, dentro da nova filosofia da instituição, que consistia na modernidade e enriquecimento ambiental para todas as suas instalações. O programa de televisão da RTP, intitulado "Arca de Noé", que contava com uma grande participação do Zoológico de Lisboa, trouxe benefícios a ambas as entidades. Para além das visitas guiadas a escolas, é inaugurado o centro de reprodução e tratamento de aves, que permitiu ao zoológico contribuir para a conservação de várias espécies em vias de extinção. Com isto a instituição passou a integrar os (EEP’s), Programas Europeus de Reprodução de Espécies em Perigo. Iniciaram-se também no serviço pedagógico, atividades de tempos livres para a ocupação de jovens até aos 15 anos durante as férias escolares. O ano de 1994 é marcado por uma das suas iniciativas culturais mais importantes, com a exposição "Dinossauros ao Vivo", exposição esta muito realista, com um conjunto de réplicas robots das várias espécies e cenários realistas gigantescos. Foi um enorme sucesso de público. O ano assistiu ainda à criação de uma nova atração, o teleférico, dando uma volta completa ao parque num circuito com forma de triângulo e atingindo uma altura máxima de 20 metros. Inaugurado pelo Presidente da República Mário Soares que, na ocasião ofereceu um casal de elefantes asiáticos. Mais tarde é criado o reptilário com uma das melhores coleções do mundo e o biotério, local de criação de alimentos vivos (insetos) para os animais insetívoros do zoo.


                                                                    Atividade pedagógica no Jardim Zoológico de Lisboa
 
 

                                                                               Material didático de apoio pedagógico sobre
                                                                        os pequenos primatas no Jardim Zoológico de Lisboa


 
                                                                              Teleférico no Jardim Zoológico de Lisboa
 
 
 
                                   
                                                          Pormenor do equipamento teleférico no Jardim Zoológico de Lisboa
 
 
 
 
 


                                                                    Repteis da coleção do Jardim Zoológico de Lisboa




Outras exposições se seguiram de grande êxito, como a das "Baleias, Tubarões & Companhia" e no ano de 1995, no dia 18 de Maio, é inaugurado o delfinário, apelidado de "Baía dos Golfinhos", que veio a tornar-se numa das atrações preferidas dos visitantes. Este espaço pretende recriar uma aldeia piscatória portuguesa, com a recriação de um farol, sendo composto por três piscinas com 6 metros de profundidade e 36 metros de diâmetro no seu conjunto. Tem capacidade para 1800 pessoas, contando com espetáculos de golfinhos, suas acrobacias e truques que os animais conseguem fazer, mais uma parte de exercícios aquáticos entre os golfinhos e os seus treinadores, assim como uma apresentação de focas, leões marinhos e a sua alimentação. Em Outubro de 1996, foi reinaugurada a "Quintinha" do zoológico, que permite aos visitantes um contato com a vida rural, estimulando o contato direto das crianças e os animais domésticos mais comuns nas propriedades rurais. Passa a incluir também uma horta com espécies vegetais que as crianças podem facilmente identificar. Já em 2001 é criado o "Parque Arco Íris", sendo uma grande gaiola que dá oportunidade de estar em contato direto com as aves que aí habitam. Havendo também o chamado "Bosque Encantado" com apresentação de aves em voo livre, aqui os visitantes podem assistir a espetaculares demonstrações de voo, observando as aves a cruzar os céus, bem como, observar alguns mamíferos nesta apresentação, ficando a conhecer mais sobre as espécies ali representadas e os seus ecossistemas. Neste local há também a apresentação de répteis, cobras e lagartos, com forte componente didática e lúdica. A apresentação de "Cobras & Lagartos" explora a biologia dos diferentes grupos de répteis e a necessidade de os conservar, mostrando aos visitantes quais as diferentes formas de o fazer.




                                                        
                                               Aves em exibição, no chamado "Bosque Encantado" no Jardim Zoológico de Lisboa



 
                                     Exibição de aves no chamado "Bosque Encantado" do Jardim Zoológico de Lisboa na atualidade




                                                                Aspetos da "Baía dos Golfinhos" no Jardim Zoológico de Lisboa
                                                                         com algumas exibições e acrobacias de golfinhos



No dia 1 de Janeiro de 2004 nasce o primeiro elefante com sucesso no Zoo, batizado de "Trombinhas" e mais tarde em 2005 nasce outro elefante africano no Jardim Zoológico, desta vez uma fêmea apelidada de "Primavera". Em 2012, o Jardim Zoológico de Lisboa, foi o parceiro escolhido pela Rússia, para levar a cabo o plano de reintrodução do leopardo - da - Pérsia no seu habitat natural, no Cáucaso. O Jardim Zoológico de Lisboa, atua na investigação através de projetos em colaboração com inúmeras instituições, diversas universidades, escolas nacionais e internacionais, no âmbito académico das mais diversas áreas como é o caso da biologia, etologia e medicina veterinária. É missão do Jardim Zoológico, a preservação das espécies em vias de extinção, através da sua reprodução e reintrodução na natureza enquanto assegura o bem - estar dos animais ao seu cuidado e enquanto, de uma forma ativa, procura a integração da população na temática da conservação das espécies. Sensibilizar e inspirar os seus visitantes para a ação individual em benefício do mundo natural e da proteção das espécies e dos habitats, é cada vez mais importante. É ainda o Jardim Zoológico uma instituição viva e em movimento, empenhada em disponibilizar ações, campanhas e projetos de sensibilização da comunidade, que despertam a curiosidade e o respeito pelo mundo animal. O parque trabalha diariamente sobre estes objetivos, educando os visitantes, oferecendo atrações lúdicas, alertando para o enriquecimento ambiental e para o desenvolvimento da investigação científica, tendo sempre em vista a conservação, a reprodução e a reintrodução de animais no seu habitat natural. Através do trabalho desenvolvido, o Jardim Zoológico tem conseguido ajudar a formar mentalidades. Atualmente, com 130 anos, o Jardim Zoológico de Lisboa é um dos mais conceituados parques do mundo, contando com uma das maiores e mais diversificadas coleções zoológicas. Reúne um conjunto representativo de todo o planeta, com cerca de 2000 animais de 332 espécies diferentes. Os milhares de pessoas que o visitam anualmente procuram conhecer diversas espécies animais num ambiente botânico de grande beleza.


                                        Recinto dos ádax (espécie em vias de extinção) no Jardim Zoológico de Lisboa na atualidade




                                                    Recinto dos pequenos primatas no Jardim Zoológico de Lisboa na atualidade



                                                      Aspeto do "Solar dos Leões" no Jardim Zoológico de Lisboa na atualidade



                                                     Tucano da coleção do Jardim Zoológico de Lisboa no braço do seu treinador



                                                Aspeto geral da "Baia dos Golfinhos" no Jardim Zoológico de Lisboa na atualidade





                            Mapa atual com legenda, do Jardim Zoológico de Lisboa






Texto:
Paulo J. A. Nogueira












Galeria com reportagem fotográfica de Paulo Ribeiro no Jardim Zoológico de Lisboa.







































































































































1 comentário:

  1. A ida ao jardim zoológico faz parte do nosso imaginário... Quem é que da minha geração não guarda aquela célebre fotografia (a preto e branco, claro!) à entrada do Zoo?

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