terça-feira, 15 de julho de 2014

“VIÚVA LAMEGO” PINTA E OFERECE MURAL GIGANTE À CIDADE DE LISBOA


A centenária Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego vai oferecer à cidade de Lisboa um enorme mural de azulejos pintados à mão da autoria de Mr.A, ‘alter-ego’ do artista francês de origem portuguesa André Saraiva, figura cimeira do grafitti mundial.
A produção do painel resulta de um acordo estabelecido entre a Câmara Municipal de Lisboa e o Grupo Prebuild, detentor da Viúva Lamego, por ocasião da exposição que o MUDE – Museu do Design e da Moda, Coleção Francisco Capelo inaugurou sobre André Saraiva na passada quinta-feira, dia 3 de Julho.
Este mural insere-se na estratégia de promoção da arte pública e no programa de investigação, conservação e promoção do azulejo levados a cabo pela Câmara Municipal de Lisboa, tal como traduz um dos objectivos principais do MUDE, o de contribuir para a afirmação do design e da criatividade nacionais, através do encontro entre designers e empresas.
Com um comprimento total de 106 metros e 950 metros quadrados de área, o painel será colocado no muro do Jardim Boto Machado, junto à Feira da Ladra, Campo de Santa Clara, devendo a sua colocação decorrer entre Setembro e o início de 2015. Esta obra será um marco internacional nos murais de azulejo, distinguindo Lisboa no mapa da arte pública.
O desenho do mural, que será produzido na Viúva Lamego, estará entre as cerca de 200 peças que constituem a exposição dedicada a André Saraiva.
André começou a trabalhar em grafitti em 1985 e nos anos noventa criou o famoso personagem de cabeça redonda, grande sorriso, olhos em forma de X e pernas lineares que rapidamente se espalhou pelas ruas de várias cidades europeias.
André Saraiva explorou outros territórios artísticos e colaborou com as principais marcas multinacionais, sendo considerado ‘um exemplo de como a linguagem marginal, irreverente e transgressora do grafitti foi sendo apropriada pelo sistema e pelas instituições’.
A Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego foi fundada em 1849 por António da Costa Lamego e após a morte do seu fundador passou a designar-se comercialmente por “Viúva Lamego”. Em 2012 foi adquirida pelo grupo de João Gama Leão, que desencadeou um vasto programa de reabilitação de uma das mais emblemáticas industrias e marcas portuguesas.

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