Joana Carneiro dirige a Orquestra Sinfónica Portuguesa
no início da Temporada do São Carlos em 2015
Programa:
Samuel Barber (1910-1981) Adagio para Cordas
John Adams (1947) Doctor Atomic Symphony para orquestra
Dmitri Shostakovich (1906-1975) Sinfonia n.º 5 em Ré menor, Op.
47 para orquestra
O concerto sinfónico, agendado para 11 de janeiro, às 17h00, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, é descrito por Joana Carneiro como sendo estruturado a partir do Conflito. Segundo a maestrina titular da Orquestra Sinfónica Portuguesa, o fio condutor das três obras que serão apresentadas no CCB é o Conflito, nomeadamente no século XX, nas suas diferentes aceções.
Desde logo, a composição central do programa, a 5.ª Sinfonia de Dmitri Shostakovich, escrita num contexto fortemente adverso ao compositor natural de São Petersburgo, devido às duras críticas que o Governo da União Soviética lhe dirigira no período que precedeu a composição da obra. Estreada a 21 de novembro de 1937, na então Leninegrado, sob a direção de Evgueni Mravinski, a5.ª Sinfonia foi rapidamente celebrada como uma das melhores obras do compositor.
Também sob o signo do Conflito, a Sinfonia Doctor Atomic utiliza música da abertura, dos interlúdios e de algumas árias da óperaDoctor Atomic (2005), que reflete as ansiedades e angústias dos envolvidos no primeiro teste da bomba atómica em Los Alamos. Estreada em 2007, nos Proms da BBC, sob a direção do compositor, tinha originalmente quatro andamentos e uma duração de 45 minutos, mas um ano depois o compositor reduziu-a para 25 minutos, com três andamentos que são tocados sem interrupção.
Finalmente, a obra inaugural do concerto, Adagio para Cordas, de Samuel Barber, vencedor por duas vezes do prémio Pulitzer e um dos mais galardoados e aclamados compositores americanos do século XX, interliga-se no conceito deste programa por via de uma das mais conhecidas utilizações para cinema: Platoon de Oliver Stone (1986), sobre o conflito do Vietname. A versão para orquestra de cordas foi estreada a 5 de novembro de 1938, pela orquestra da NBC, sob a direção de Arturo Toscanini e, por muito que Barber tenha sido acusado de conservadorismo, a verdade é que é difícil escapar ao poder emocional desta música, muitas vezes utilizada na televisão e no cinema, com destaque para O Homem Elefante de David Lynch (1980), para além do já citado Platoon.
Sem comentários:
Enviar um comentário