A centenária Fábrica de
Cerâmica Viúva Lamego vai oferecer à cidade de Lisboa um enorme
mural de azulejos pintados à mão da autoria de Mr.A,
‘alter-ego’ do artista francês de origem portuguesa André
Saraiva, figura cimeira do grafitti mundial.
A
produção do painel resulta de um acordo estabelecido entre a Câmara
Municipal de Lisboa e o Grupo Prebuild, detentor da Viúva Lamego,
por ocasião da exposição que o MUDE – Museu do Design e da Moda,
Coleção Francisco Capelo inaugurou sobre André Saraiva na passada quinta-feira, dia 3 de Julho.
Este
mural insere-se na estratégia de promoção da arte pública e no
programa de investigação, conservação e promoção do azulejo
levados a cabo pela Câmara Municipal de Lisboa, tal como traduz um
dos objectivos principais do MUDE, o de contribuir para a afirmação
do design e da criatividade nacionais, através do encontro entre
designers e empresas.
Com
um comprimento total de 106 metros e 950 metros quadrados de área, o
painel será colocado no muro do Jardim Boto Machado, junto à Feira
da Ladra, Campo de Santa Clara, devendo a sua colocação decorrer
entre Setembro e o início de 2015.
Esta
obra será um marco internacional nos murais de azulejo, distinguindo
Lisboa no mapa da arte pública.
O
desenho do mural, que será produzido na Viúva Lamego, estará entre
as cerca de 200 peças que constituem a exposição dedicada a André
Saraiva.
André
começou a trabalhar em grafitti em 1985 e nos anos noventa criou o
famoso personagem de cabeça redonda, grande sorriso, olhos em forma
de X e pernas lineares que rapidamente se espalhou pelas ruas de
várias cidades europeias.
André
Saraiva explorou outros territórios artísticos e colaborou com as
principais marcas multinacionais, sendo considerado ‘um exemplo de
como a linguagem marginal, irreverente e transgressora do grafitti
foi sendo apropriada pelo sistema e pelas instituições’.
A
Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego foi fundada em 1849 por António
da Costa Lamego e após a morte do seu fundador passou a designar-se
comercialmente por “Viúva Lamego”. Em 2012 foi adquirida pelo
grupo de João Gama Leão, que desencadeou um vasto programa de
reabilitação de uma das mais emblemáticas industrias e marcas
portuguesas.
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