Bem vindos ao Parque Mayer…
O Parque Mayer está implantado no espaço que fora o dos jardins adjacentes do Palácio Mayer (que recebeu o prémio Valmor de 1902), construído em 1901 por Nicola Bigaglia e pertença de Adolfo de Lima Mayer. Em 1920 foi adquirido por Artur Brandão e vendido no ano seguinte a Luís Galhardo, personalidade ligada ao meio teatral, que sonhava criar um espaço dedicado ao divertimento.
Tendo fundado a Sociedade Avenida Parque Lda, Luís Galhardo, figura consagrada do meio teatral, estava interessado em criar um novo local de espetáculos e assim iniciou neste recinto grandes momentos de diversão, espetáculo e representação, que o veio a tornar muito popular. No início dos "loucos anos 20" é inaugurado o Parque Mayer, mais concretamente em 15 de Junho de 1922, substituindo e tendo também como função lúdica, a tradicional Feira de Agosto, criada na Rotunda em 1908, uma das últimas feiras típicas da capital, com comércio, petiscos e diversões. Inicialmente apresentou-se em instalações precárias de madeira, simples barracas, mas situando-se numa zona mais central e frequentada. Nos primeiros anos designou-se este recinto por Avenida Parque, mas o antigo nome acabaria por impor-se. Com o passar do tempo acabaria por se transformar num moderno e popular recinto de diversões ao ar livre, idêntico ao que se fazia em Paris, Madrid, Sevilha, Barcelona, etc.
De entre as diversões que passaram no Parque Mayer, destacam-se as barracas de tiro, os fantoches, os carrosséis, bailes de fim-de-semana ou do Carnaval, os circos Royal, El Dorado, e Luftman, as famosas barracas do Porto em Lisboa que representava a Ribeira animada em miniatura, o estúdio de fotografia Lusitana, animatógrafo no famoso espaço Alhambra e Pavilhão Português, as barracas dos fenómenos como o da mulher transparente e a mulher sereia, barracas de jogo clandestino para os mais aventureiros, jogo do quino, patinagem, carrinhos de choque, isto já nos anos 40, entre outras atrações lúdicas.
Também espetáculos de boxe, luta livre e greco-romana marcaram presença neste recinto nessa década dos anos 40. Este espaço conseguiu não só impor-se como espaço de diversão mas também de convívio, isto devido à profusão de estabelecimentos para todos os géneros e gostos, desde cafés, tasquinhas, restaurantes - bar como o Dominó, retiros, casas de fados, cabarets, bares, etc. Logo em 1922 o primeiro restaurante a instalar-se neste espaço foi o João Borges, mais tarde o restaurante Colete Encarnado, de curta existência, pois subia um degrau na sofisticação e não era acessível a todos. Uma vida mais longa teria a famosa Mina, do Júlio das Farturas. Um dos célebres retiros do Parque Mayer foi o Amadora, frequentado por Jorge Amado e Ferreira de Castro entre outros famosos, fez época neste recinto com os celebres petiscos da cozinheira de mão cheia, que ficou conhecida simplesmente por Amadora. Este local tornou-se num espaço de boémia por excelência, sendo frequentado tanto pelo povo folião como pela elite política e intelectual de Lisboa. Também no Parque Mayer, foram inventadas as marchas populares, segundo uma ideia de Leitão de Barros para animar o recinto, tendo tido êxito até aos dias de hoje.
Tendo fundado a Sociedade Avenida Parque Lda, Luís Galhardo, figura consagrada do meio teatral, estava interessado em criar um novo local de espetáculos e assim iniciou neste recinto grandes momentos de diversão, espetáculo e representação, que o veio a tornar muito popular. No início dos "loucos anos 20" é inaugurado o Parque Mayer, mais concretamente em 15 de Junho de 1922, substituindo e tendo também como função lúdica, a tradicional Feira de Agosto, criada na Rotunda em 1908, uma das últimas feiras típicas da capital, com comércio, petiscos e diversões. Inicialmente apresentou-se em instalações precárias de madeira, simples barracas, mas situando-se numa zona mais central e frequentada. Nos primeiros anos designou-se este recinto por Avenida Parque, mas o antigo nome acabaria por impor-se. Com o passar do tempo acabaria por se transformar num moderno e popular recinto de diversões ao ar livre, idêntico ao que se fazia em Paris, Madrid, Sevilha, Barcelona, etc.
De entre as diversões que passaram no Parque Mayer, destacam-se as barracas de tiro, os fantoches, os carrosséis, bailes de fim-de-semana ou do Carnaval, os circos Royal, El Dorado, e Luftman, as famosas barracas do Porto em Lisboa que representava a Ribeira animada em miniatura, o estúdio de fotografia Lusitana, animatógrafo no famoso espaço Alhambra e Pavilhão Português, as barracas dos fenómenos como o da mulher transparente e a mulher sereia, barracas de jogo clandestino para os mais aventureiros, jogo do quino, patinagem, carrinhos de choque, isto já nos anos 40, entre outras atrações lúdicas.
Também espetáculos de boxe, luta livre e greco-romana marcaram presença neste recinto nessa década dos anos 40. Este espaço conseguiu não só impor-se como espaço de diversão mas também de convívio, isto devido à profusão de estabelecimentos para todos os géneros e gostos, desde cafés, tasquinhas, restaurantes - bar como o Dominó, retiros, casas de fados, cabarets, bares, etc. Logo em 1922 o primeiro restaurante a instalar-se neste espaço foi o João Borges, mais tarde o restaurante Colete Encarnado, de curta existência, pois subia um degrau na sofisticação e não era acessível a todos. Uma vida mais longa teria a famosa Mina, do Júlio das Farturas. Um dos célebres retiros do Parque Mayer foi o Amadora, frequentado por Jorge Amado e Ferreira de Castro entre outros famosos, fez época neste recinto com os celebres petiscos da cozinheira de mão cheia, que ficou conhecida simplesmente por Amadora. Este local tornou-se num espaço de boémia por excelência, sendo frequentado tanto pelo povo folião como pela elite política e intelectual de Lisboa. Também no Parque Mayer, foram inventadas as marchas populares, segundo uma ideia de Leitão de Barros para animar o recinto, tendo tido êxito até aos dias de hoje.
Palácio Mayer em meados do início do séc. XX
Alberto Barbosa, José Galhardo e Vasco Santana,
figuras ligadas a êxitos da revista e ao Parque Mayer
Aspeto do Parque Mayer em meado dos anos 20
Estúdio de fotografia Lusitânia, no Parque Mayer em meados dos anos 20
Teatro de fantoches no Parque Mayer em meados dos anos 20
Aspeto da fachada do Pavilhão Português já em 1961
Restaurante Retiro da Amadora já em meados do fim dos anos 70
Por fim, e acima de tudo por lá passou e continua a passar o teatro de revista, a grande singularidade do Parque Mayer. Assim quinze dias após a abertura ao público, foi inaugurado o Teatro Maria Vitória em instalações de madeira provisórias, isto a um sábado, em 1 de Julho de 1922, subindo o pano com a revista "Lua Nova", da autoria de Ernesto Rodrigues, Félix Bermudes e João Bastos, com números músicas assinados pelo maestro Raul Portela e direção musical do maestro Alves Coelho. O nome dado a este teatro, Maria Vitória, em memória da famosa atriz e fadista Maria Victória, cuja morte prematura, poucos anos atrás, criara alguma consternação. O investimento inicial para a construção deste teatro, foi conseguido, segundo fonte da época, à custa da venda de farturas, pirolitos e pouco mais. O seu capital social de início foi de 100 contos de reis, coisa então impensável para o teatro ligeiro, o que lhe garantiu, com tal capital social, poder ali manter-se durante várias décadas.
Aqui se representaram alguns dos maiores sucessos da revista em Portugal ao longo de décadas, como a revista "Fado Corrido" em 1923, com Carlos Leal, "Rés Vês" em 1924, com Lina Demoel e Soares Correia, "Foot - Ball" em 1925, com Lina Demoel e Hortense Luz, "A Ramboia" em 1928, com Corina Freire e António Silva, "Zás Trás Pás" em 1931, com Maria das Neves e António Silva, "Pim Pam Pum" em 1932, com António Silva e Luísa Satanela, "Cartaz de Lisboa" em 1937, com Estêvão Amarante e Hortense Luz, "A Tendinha" em 1941, com Hermínia Silva e Carlos Alves, "A Voz do Povo" em 1942, com Hermínia Silva e Ribeirinho, "Cantiga da Rua" em 1943, com Mirita Casimiro e Vasco Santana, "Tico – Tico" em 1948, com Eugénio Salvador e Fernanda Batista, "O Disco Voador" em 1950, com Eunice Moñoz e Costinha, "Ó Zé Aperta o Laço" em 1955, com Irene Isidro e Anita Guerreiro, "Tudo na Lua" em 1959, com Eugénio Salvador e Barroso Lopes, "Todos ao Mesmo" em 1964, com Camilo de Oliveira e Artur Garcia, "Pão Pão Queijo Queijo" em 1967, com José Viana e Dora Leal, "Cá Vamos Pagando e Rindo" em 1972, com Ivone Silva e Victor Mendes, "Força Foça Camarada Zé" em 1975, com Maria Dulce e Cidália Moreira, "O Bombo da Festa" em 1976, com Ivone Silva e Herman José, "Alto e Para o Baile em 1977, com Eugénio Salvador e Henrique Santana, entre muitos e muitos êxitos que marcaram este tipo de espetáculo e a musica ligeira portuguesa do séc. XX, até aos dias de hoje.
A última revista em 2013, foi "Lisboa Amor Perfeito", com produção de Helder Freire Costa, com Carlos Cunha e Vera Mónica. Estando em fase de preparação o próximo êxito de revista à portuguesa para 2014, neste teatro. Pontualmente, serviram de palco teatral o Pavilhão Variedades, com a revista "Amor Perfeito" em 1924, assim como a esplanada Egípcia com a revista "Off – Side" em 1929, com Hermínia Silva.
Aqui se representaram alguns dos maiores sucessos da revista em Portugal ao longo de décadas, como a revista "Fado Corrido" em 1923, com Carlos Leal, "Rés Vês" em 1924, com Lina Demoel e Soares Correia, "Foot - Ball" em 1925, com Lina Demoel e Hortense Luz, "A Ramboia" em 1928, com Corina Freire e António Silva, "Zás Trás Pás" em 1931, com Maria das Neves e António Silva, "Pim Pam Pum" em 1932, com António Silva e Luísa Satanela, "Cartaz de Lisboa" em 1937, com Estêvão Amarante e Hortense Luz, "A Tendinha" em 1941, com Hermínia Silva e Carlos Alves, "A Voz do Povo" em 1942, com Hermínia Silva e Ribeirinho, "Cantiga da Rua" em 1943, com Mirita Casimiro e Vasco Santana, "Tico – Tico" em 1948, com Eugénio Salvador e Fernanda Batista, "O Disco Voador" em 1950, com Eunice Moñoz e Costinha, "Ó Zé Aperta o Laço" em 1955, com Irene Isidro e Anita Guerreiro, "Tudo na Lua" em 1959, com Eugénio Salvador e Barroso Lopes, "Todos ao Mesmo" em 1964, com Camilo de Oliveira e Artur Garcia, "Pão Pão Queijo Queijo" em 1967, com José Viana e Dora Leal, "Cá Vamos Pagando e Rindo" em 1972, com Ivone Silva e Victor Mendes, "Força Foça Camarada Zé" em 1975, com Maria Dulce e Cidália Moreira, "O Bombo da Festa" em 1976, com Ivone Silva e Herman José, "Alto e Para o Baile em 1977, com Eugénio Salvador e Henrique Santana, entre muitos e muitos êxitos que marcaram este tipo de espetáculo e a musica ligeira portuguesa do séc. XX, até aos dias de hoje.
A última revista em 2013, foi "Lisboa Amor Perfeito", com produção de Helder Freire Costa, com Carlos Cunha e Vera Mónica. Estando em fase de preparação o próximo êxito de revista à portuguesa para 2014, neste teatro. Pontualmente, serviram de palco teatral o Pavilhão Variedades, com a revista "Amor Perfeito" em 1924, assim como a esplanada Egípcia com a revista "Off – Side" em 1929, com Hermínia Silva.
Atriz e fadista Maria Victória em postal autografado de 1913
Aspeto do Teatro Maria Vitória e edifícios do Parque Mayer em meados dos anos 30
Esplanada frente ao Teatro Maria Vitória na década de 30
Capa da partitura de música da revista "Lua Nova"
representada no Teatro Maria Vitória em 1922
Capas de partituras de músicas que foram êxitos em revistas
nos anos 20 no Teatro Maria Vitória
Quadro de revista no Teatro Maria Vitória com Beatriz Costa
Quadro da revista "Na Ponta da Unha" em 1939 no Teatro Maria Vitória
com António Silva, Vasco Santana e Luísa Durão
no Teatro Maria Vitória
Cartaz da revista "O Cartaz de Lisboa" de 1937
no Teatro Maria Vitória
Aspeto do Teatro Maria Vitória em meados de 1943
Coristas no palco do Teatro Maria Vitória em meados de 1940
Quadro de revista no Teatro Maria Vitória com Eugénio Salvador em meados dos anos 60
Aspeto do Teatro Maria Vitória em 1967
Número da revista " O Bombo da Festa" em 1976 no Teatro Maria Vitória,
com Henrique Santana, Eugénio Salvador e Herman José
Cartaz da revista "Lisboa Amor Perfeito" de 2013 no Teatro Maria Vitória
Quadro da revista "Lisboa Amor Perfeito" no Teatro Maria Vitória
Helder Freire Costa no exterior do Teatro Maria Vitória
Helder Freire Costa, empresário e produtor atual
do Teatro Maria Vitória
Segue-se a inauguração do Teatro Variedades, estreado com a revista "Pó de Arroz" em 08 de Julho de 1926, de autoria do denominado grupo " Gregos e Troianos", com música de Tomás Del Negro e Raul Portela, com Anita Salambô e onde se estreia também, o então jovem ator e argumentista Vasco Santana. Teatro este idealizado por Luís Galhardo já em 1922 e começado a construir-se em 1924, com o risco do arquiteto Urbano de Castro, construído sob o lago dos jardins do palácio Mayer, lago esta associado a um episódio trágico, o afogamento de uma criança do antigo palacete Mayer. À semelhança de outros teatros do Parque Mayer, também este sofreu um incêndio em meados de 1966.
Mas neste teatro, vieram a ter êxito outras revistas como "O Bom Sucesso" em 1927, com Teresa Gomes e João Gaspar, "Saricoté" em 1927, com Hortense Luz e Eduardo Reis, "Fado Liró" em 1928, com Carlos Leal e Luísa Durão, "Siga a Dança" em 1929, com Maria das Neves e Armando Machado, "A Paródia" em 1930, com Mary Laura e Santos Carvalho, "O Mexilhão" em 1931, com Beatriz Costa e Ribeirinho, "Arre Burro" em 1936, com Beatriz Costa e Hermínia Silva, "O João Ninguém" em 1936, com Mirita Casimiro, "Olaré Quem Brinca ?" em 1937, com Mirita Casimiro e Barroso Lopes, "Boa Nova" em 1942 com Hermínia Silva e Amália Rodrigues, "Alto lá Com o Charuto" em 1945, com Vasco Santana e Mirita Casimiro, "Se Aquilo Que a Gente Sente" em 1947, com Vasco Santana e Amália Rodrigues, "Ora Agora Viras Tu" em 1949, com Hermínia Silva e Luís Piçarra, "Mulheres Há Muitas" em 1954, com Laura Alves e Henrique Santos, "Abril em Portugal" em 1956, com Elvira Velez e Costinha, "Com Jeito Vai" em 1958, com Badaró e Mara Abrantes, "A Ponte a Pé" em 1965, com Humberto Madeira e Mariema, "Pois, Pois" em 1967, com Raul Solnado e Ivone Silva, "O Zé Faz Tudo" em 1970, com Florbela Queiroz e Victor Mendes, "Ó Pá Pega na Vassoura" em 1974, com José Viana e Carlos Miguel, "A Prova dos Novos" em 1988, com Marina mota e Carlos Cunha, entre outras com muito êxito.
Em Dezembro de 1990 e depois de importantes obras de recuperação da iniciativa dos empresários Helder Freire Costa e Vasco Morgado Júnior, reabre este teatro com a estreia de um novo espetáculo, "A Grande Festa", uma revista em musical ou uma nova e moderna forma deste género de espetáculo tão popular. Por fim, em 1992, o encenador Filipe La Féria, produz e grava neste teatro, para o RTP 1, o programa semanal "Grande Noite". Atualmente encontra-se desativado a espera de obras de requalificação ou adaptação.
Mas neste teatro, vieram a ter êxito outras revistas como "O Bom Sucesso" em 1927, com Teresa Gomes e João Gaspar, "Saricoté" em 1927, com Hortense Luz e Eduardo Reis, "Fado Liró" em 1928, com Carlos Leal e Luísa Durão, "Siga a Dança" em 1929, com Maria das Neves e Armando Machado, "A Paródia" em 1930, com Mary Laura e Santos Carvalho, "O Mexilhão" em 1931, com Beatriz Costa e Ribeirinho, "Arre Burro" em 1936, com Beatriz Costa e Hermínia Silva, "O João Ninguém" em 1936, com Mirita Casimiro, "Olaré Quem Brinca ?" em 1937, com Mirita Casimiro e Barroso Lopes, "Boa Nova" em 1942 com Hermínia Silva e Amália Rodrigues, "Alto lá Com o Charuto" em 1945, com Vasco Santana e Mirita Casimiro, "Se Aquilo Que a Gente Sente" em 1947, com Vasco Santana e Amália Rodrigues, "Ora Agora Viras Tu" em 1949, com Hermínia Silva e Luís Piçarra, "Mulheres Há Muitas" em 1954, com Laura Alves e Henrique Santos, "Abril em Portugal" em 1956, com Elvira Velez e Costinha, "Com Jeito Vai" em 1958, com Badaró e Mara Abrantes, "A Ponte a Pé" em 1965, com Humberto Madeira e Mariema, "Pois, Pois" em 1967, com Raul Solnado e Ivone Silva, "O Zé Faz Tudo" em 1970, com Florbela Queiroz e Victor Mendes, "Ó Pá Pega na Vassoura" em 1974, com José Viana e Carlos Miguel, "A Prova dos Novos" em 1988, com Marina mota e Carlos Cunha, entre outras com muito êxito.
Em Dezembro de 1990 e depois de importantes obras de recuperação da iniciativa dos empresários Helder Freire Costa e Vasco Morgado Júnior, reabre este teatro com a estreia de um novo espetáculo, "A Grande Festa", uma revista em musical ou uma nova e moderna forma deste género de espetáculo tão popular. Por fim, em 1992, o encenador Filipe La Féria, produz e grava neste teatro, para o RTP 1, o programa semanal "Grande Noite". Atualmente encontra-se desativado a espera de obras de requalificação ou adaptação.
Bailarinas e membros da companhia do Teatro Variedades em 1929
Cartaz de uma das primeiras revistas no Teatro Variedades,
"O Bom Sucesso" em 1927
Fachada do Teatro Variedades em meados dos anos 60
com Laura Alves e Vasco Santana
Cartazes no Teatro Variedades em meados da década de 80
Cartaz da revista "A Prova dos Novos" de 1988
no Teatro Variedades
Teatro Variedades na atualidade à espera de um futuro
Mais tarde, foi a vez do Capitólio, inaugurado em 31 de Julho de 1931, por o então administrador da Avenida Parque, Campos Figueira, da autoria do arquiteto Luís Cristino da Silva, o mesmo que desenharia o pórtico da entrada com as suas típicas colunas estilo art déco iluminadas. Este recinto modernista, sucessor da esplanada Egípcia e inicialmente utilizado como salão de música e variedades, exibiu cinema e teatro, à maneira de cine - teatros. Foi pioneiro em muitas inovações para a época no nosso país, dispunha de um passadiço e escada rolante, o primeiro em Portugal, que dava acesso a um terraço onde se exibia cinema ao ar livre no verão e uma pista de patinagem no gelo, sendo ainda este cinema equipado com um dos melhores sistemas de som, da marca alemão, Bauer. Por curiosidade, neste cine – teatro foram apresentados ao público os filmes portugueses "A Severa" de Leitão de Barros, de 1931 e a "Canção de Lisboa", de 1933, entre muitos outros clássicos que juntavam multidões no Parque Mayer, assim como bailes de Carnaval e emissões de programas radiofónicos com "O Comboio das Seis e Meia". Foi o único teatro que embora grandioso no seu tamanho e arquitetura, menos tradição teve na representação da revista, tendo por ele passado o teatro clássico, circo e opereta.
No ano da sua inauguração apresentou-se a revista "Pistarola" em 1931, com Lina Demoel e Francisco Ribeiro, "Pega-me ao Colo" em 1938, com Carmencita Aubert e Santos Carvalho, "A Vida é Bela" em 1960, com Milú e Raul Solnado, "O que é Bom é Para se Ver" em 1963, com Helena Tavares e Eugénio Salvador, "Quem Tem Boca Vai a Roma" em 1967, com Eugénio Salvador e Linda Silva, "Simplesmente Revista" em 1973, com Óscar Acúrcio e Vítor Rosado, "Na Brasa" em 1964, com Maria Dulce e Humberto Madeira, foram poucos os êxitos da revista à portuguesa que por aqui passaram.
A Companhia Amélia Rey Colaço mantém-se aqui até meados de 1970. Foi este o primeiro cinema a exibir após o 25 de Abril de 1974 o primeiro filme pornográfico de sucesso em Portugal. Foi classificado como imóvel de interesse público por decreto de 1983. Em 1990, acolheu Camilo de Oliveira e o seu espetáculo, "Ai Cavaquinho" após um incêndio no Teatro ABC onde estavam em representação. Atualmente e devido ao plano de requalificação do Parque Mayer esta em avançado estado de recuperação, não mantendo as características originais, no entanto a sua fachada típica irá manter-se e aqui instalar-se-á um novo espaço cultural que incluirá uma escola de teatro, estando proposto o nome do ator Raul Solnado para denominar este renovado edifício.
No ano da sua inauguração apresentou-se a revista "Pistarola" em 1931, com Lina Demoel e Francisco Ribeiro, "Pega-me ao Colo" em 1938, com Carmencita Aubert e Santos Carvalho, "A Vida é Bela" em 1960, com Milú e Raul Solnado, "O que é Bom é Para se Ver" em 1963, com Helena Tavares e Eugénio Salvador, "Quem Tem Boca Vai a Roma" em 1967, com Eugénio Salvador e Linda Silva, "Simplesmente Revista" em 1973, com Óscar Acúrcio e Vítor Rosado, "Na Brasa" em 1964, com Maria Dulce e Humberto Madeira, foram poucos os êxitos da revista à portuguesa que por aqui passaram.
A Companhia Amélia Rey Colaço mantém-se aqui até meados de 1970. Foi este o primeiro cinema a exibir após o 25 de Abril de 1974 o primeiro filme pornográfico de sucesso em Portugal. Foi classificado como imóvel de interesse público por decreto de 1983. Em 1990, acolheu Camilo de Oliveira e o seu espetáculo, "Ai Cavaquinho" após um incêndio no Teatro ABC onde estavam em representação. Atualmente e devido ao plano de requalificação do Parque Mayer esta em avançado estado de recuperação, não mantendo as características originais, no entanto a sua fachada típica irá manter-se e aqui instalar-se-á um novo espaço cultural que incluirá uma escola de teatro, estando proposto o nome do ator Raul Solnado para denominar este renovado edifício.
Aspeto de fase da construção do cine-teatro Capitólio
Fachada do cine-teatro Capitólio em meados dos anos 40
Balcão do cine - teatro Capitólio nos anos 30
Palco do cine- teatro Capitólio nos anos 30
Anúncio ao sistema sonoro do cine - teatro Capitólio de 1932
Esplanada do cine - teatro Capitólio no anos 30
Cartaz da revista "Pega-me ao colo!" de 1938 no Teatro Capitólio
Anúncio de cinemas e teatros de Lisboa incluindo o Capitólio
Quadro da revista "A Vida é Bela" em 1960 no Teatro Capitólio
Número de revista no Capitólio em meados dos anos 60
Cartaz da revista "O Que É Bom É P'ra Se Ver!" em 1963
no Teatro Capitólio
Cartaz da revista "Na Brasa" de 1964 no Teatro Capitólio
Aspeto da fachada típica art déco do cine - teatro Capitólio antes da renovação no inicio de 2000
Maquete do projeto do novo Capitólio
Em 1937 surgiu o Teatro Recreio, com a revista "Faça Sol", esta casa de espetáculos, criada por Guiseppe Bastos e vizinha do restaurante Gato Preto, foi extinto em 1940, para dar lugar a um ringue de boxe. É inaugurado o famoso Estádio Mayer, onde havia basquetebol, luta livre americana e depois o boxe, ali se revelaram Belarmino Fragoso e Carlos Rocha, entre outros. Em meados dos anos 60 acaba este tipo de espetáculo e este espaço é transformado num triste parque de estacionamento já no final da década de 60. Durante as décadas de 50 e 60 continuou-se a exibir cinema no Parque Mayer, no Capitólio e no Pavilhão Português.
Notícia do combate de boxe no Estádio Mayer
O Teatro ABC foi o último recinto a ser inaugurado no Parque Mayer, quase escondido ao fundo da rua que ladeia o Teatro Maria Vitória, no espaço ocupado por este teatro, precedera-o uma série de restaurantes – bar e casas de espetáculos como o Alhambra, parte do Pavilhão Português, Galo de Ouro, Baía e Casa Blanca. Segundo um ideia do empresário José Miguel, abre as portas em 13 de Janeiro de 1956, com a revista "Haja Saúde" de Frederico de Brito e Carlos Lopes, com Curado Ribeiro e Maria Domingas, depois segue-se "Lá Vai Lisboa" em 1957, com Teresa Gomes e Camilo de Oliveira, "Mulheres à Vista" em 1959, com Aida Baptista e Max, "De Pé a Trás" em 1961, com Badaró e Fernanda Baptista, "É Regar e Pôr ao Luar" em 1964, com Camilo de Oliveira e Ivone Silva, "Mini Saias" em 1966, com Artur Semedo e Beatriz da Conceição, "Sete Colinas" em 1967, com Ivone Silva e Henrique Viana, "Pega de Caras" em 1970, com Ivone Silva e Nicolau Breyner, "É o Fim da Macacada" em 1972, com João Perry e Paco Bandeira, "Tudo a Nu" em 1973, com Francisco Nicholson e Helena Isabel, "Uma no Cravo, Outra na Ditadura" em 1974, com Ivone Silva e Herman José, "Cada Cor Seu Paladar" em 1976, com Victor Mendes e Vera Mónica, "Ó da Guarda" em 1977, com Ivone Silva e Octávio de Matos, entre alguns outros êxitos de bilheteira.
Por este Teatro passaram após o 25 de Abril de 1974, espetáculos de cariz erótico como o famoso "Isto é Crazy Horse" de Sérgio Azevedo, acontecendo um incêndio em 1990 e encerrou definitivamente em 1995.
Por este Teatro passaram após o 25 de Abril de 1974, espetáculos de cariz erótico como o famoso "Isto é Crazy Horse" de Sérgio Azevedo, acontecendo um incêndio em 1990 e encerrou definitivamente em 1995.
Fachada do Teatro ABC
Quadro de revista no Teatro ABC com Hermínia Silva na década de 60
Anúncio de revistas à portuguesa no Parque Mayer
Cartaz da revista "Tudo a Nu" em 1973 no Teatro ABC
Fachada do Teatro ABC em meados dos anos 80 com a peça erótica "Isto é Crazy Horse"
Quadro da revista "Mama eu Quero" em 1996 no Teatro ABC
Houve figuras típicas que também fizeram vida no Parque Mayer, como a conhecida "Aidinha das joias", que vendia bijutarias de camarim em camarim, ou o "Félix do Benfica", assíduo do retiro da Amadora, o conhecido por muitos como "homem do fato escuro", batizado por Vera Lagoa, copista oficial de quase todos os teatros de Lisboa, e nomeadamente, António Paiva, fundador do guarda roupa Paiva, que vestiu gerações de vedetas, desde a fundação do Parque Mayer, tendo sobrevivido até meados de 2007.
Figuras típicas que fizeram vida no Parque Mayer
O Parque Mayer tornou-se no centro da revista à portuguesa, não obstante outros teatros de Lisboa terem exibido este tipo de espetáculo também, ficando conhecido mais tarde, o próprio Teatro Maria Vitória, como a "catedral do teatro de revista". Passaram também por aqui, operetas, comédias e cinema. O Pavilhão Português exibia muitas fitas velhas , a preços baratos, em noites cálidas de Verão. Acolheu ainda em 1967, a Companhia Amélia Rey Colaço Robles Monteiro, no Capitólio, após o incêndio no Teatro Avenida. Criado com a ambição de ser um polo teatral, impôs-se como centro de teatro de revista, e feira popular moderna, sobreviveu à censura de Salazar e Caetano, à rádio e ao cinema, ao futebol, à revolução dos cravos, à televisão e às telenovelas. É como um "sempre em pé", embora tenha atravessado várias crises. Foi como que uma Broadway à portuguesa e uma aldeia dentro da cidade. A suposta decadência não evitou a gula disfarçada de propostas de remodelação urbanística, em crescendo desde os finais dos anos 60. O Parque Mayer foi responsável por cerca de 304 das 651 revistas produzidas entre 1922 e 2002 ou seja, quase metade do total. Daí o seu contributo para a revista, e para o teatro em geral, seja relevante. A menor quantidade de revistas em palco desde os anos de 1994/95, não significa apenas uma redução da oferta, mas também que, na atualidade, cada espetáculo tem que estar mais tempo em cartaz. Longe vão os tempos em que as peças surgiam em catadupa, como nos anos 40 no Teatro Maria Vitória ou nos anos 60 no Teatro ABC, com cerca de 29 e 25 revista, respetivamente e das matines aos domingos. Mais distantes estamos ainda da época em que uma peça durou apenas uma semana no Teatro Maria Vitória nos anos 30. A partir dos anos 70 cada revista passou a ter uma carreira mínima de 3 meses.
Vista geral do Parque Mayer na década de 60
Atores e empresário comemorando no Teatro Maria Vitória em meados dos anos 70
Aspeto do Parque Mayer já em meados dos anos 70
Atualmente o Teatro Maria Vitória é o único a funcionar no recinto do Parque Mayer, mercê da persistência do seu empresário e produtor, desde 1975, Helder Freire Costa, que após um incêndio em 10 de Maio de 1986 foi reaberto em 02 de Fevereiro de 1990 com a nova revista "Vitória! Vitória!". Desde a sua abertura até hoje, tornou-se um teatro de grandes tradições revisteiras, pelo que é procurado por muitos excursionistas que do Minho ao Algarve encontram aqui a garantia de passarem uns bons momentos com os seus excelentes espetáculos e seus extraordinários artistas. Também a emigração, sempre que vem a Lisboa, imediatamente se desloca ao Teatro Maria Vitória. É tradicionalmente conhecido como a Catedral da Revista. Atualmente, o Parque Mayer, em adiantado estado de degradação, apenas com o Teatro Maria Vitória a funcionar e três restaurantes, o Manecas, a Gina e o Gato Preto, prepara-se para uma nova revitalização, graças à recente aprovação do seu novo "Plano de Pormenor". As obras do novo Capitólio, totalmente renovado, estão a avançar, mantendo apenas alguns traços da arquitetura original, resta saber qual o futuro do Teatro Variedades.
Os últimos restaurantes a funcionar na atualidade no Parque Mayer
Palco do Teatro Maria Vitória na atualidade
Uma das últimas representações da revista à portuguesa no Teatro Maria Vitória
Aspeto das colunas estilo art déco da entrada do Parque Mayer
na atualidade
Entrada do Parque Mayer na atualidade
O empresário e produtor do Teatro Maria Vitória Helder Freire Costa
Texto:
Paulo J. A. Nogueira
E é o único empresário produtor do Parque Mayer, o Sr. Helder Freire Costa, do Teatro Maria Vitória, único sobrevivente da revista á portuguesa, que numa entrevista a Presente & Passado nos fala da sua carreira como empresário e produtor, do Parque Mayer, seu passado e futuro, do seu teatro e da próxima revista a ser brevemente estreada.
Depois de ter visto o post sobre o Parque Mayer, veio-me à memória os belos anos da minha infância, quando acompanhava o meu pai à Baixa. Essas idas à Baixa terminavam sempre no Parque Mayer, onde existia uma minifeira do livro permanente, que fazia as delícias do meu pai, que ainda hoje não dispensa a leitura de um bom livro, apesar da idade que tem.
ResponderEliminarDessa época, lembro-me do movimento das pessoas, que faziam grandes filas nas bilheteiras, para adquirirem bilhetes para as revistas em exibição nos vários teatros do Parque Mayer. Lembro-me também do Café Lisboa, mesmo à esquina da entrada principal do Parque Mayer, frequentado pelos vários atores e atrizes que, de momento, não estavam a atuar. Recordo-me de cartazes a anunciar revistas com o José Viana, Laura Alves, Aida Batista e muitos outros atores e atrizes que imortalizaram sketches e melodias que ainda perduram.
Parabéns pelo tema do vosso post.
Obrigada por este post, uma viagem ao tempo da magnificência do teatro do Parque Mayer! Vê-lo, hoje em dia, assim decadente apenas me recorda a ignorância do poder político :(
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