quarta-feira, 13 de maio de 2015

OUTRAS LITERATURAS: Banda Desenhada, Policial e Ficção Científica | 15 e 16 maio | Fundação Calouste Gulbenkian

O autor sul-africano Anton Kannemeyer, cocriador da controversa revista de banda desenhada Bitterkomix, a britânica Posy Simmonds, autora das novelas gráficas Gemma Bovery e Tamara Drewe, e o brasileiro Marcelo D’Salete são os convidados para o primeiro debate do ciclo “Outras Literaturas”, que nos dias 15 e 16 de maio vai discutir a Banda Desenhada, o Policial e a Ficção Científica, e o papel destes géneros literários na cultura contemporânea.

Na primeira sessão deste ciclo, os autores não estarão “em representação dos seus países, línguas, géneros, tipos de Banda Desenhada, ou sequer dela mesma enquanto disciplina”, nota Pedro Moura, que comissariou a exposição Tinta nos Nervos, em 2011, sobre banda desenhada portuguesa, e que terá a seu cargo a moderação do primeiro encontro. O objetivo será sobretudo dar conta do diálogo que uma dada forma artística consegue ter com o seu tecido cultural.

A segunda sessão do ciclo vai debater o género policial, desenvolvido a partir do século XIX, sobretudo nos mundos anglo-saxónico e francês, mas que tem vindo a conquistar novos mercados, como o africano ou o da América do Sul. O que leva o público leitor a entusiasmar-se com esta literatura e a contribuição do género para a reflexão sobre o mundo contemporâneo serão questões a atravessar o debate.

A terceira e última sessão do ciclo Outras Literaturas será dedicada à Ficção Científica, entendido como género literário que associa ao progresso tecnológico o thriller policial, o fantástico e o terror. A partir de mundos imaginados em três continentes, a discussão da natureza e da geografia da Ficção Científica contemporânea passará também pela exibição de curtas-metragens produzidas em África, na América do Sul e na Europa.

Uma iniciativa do Programa Gulbenkian Próximo Futuro.



PROGRAMA



15 maio | 15h | Banda Desenhada

“Sem mutantes nem conservantes: a Banda Desenhada e o diálogo intercultural”



Com Pedro Moura (moderador), Anton Kannemeyer/Joe Dog (África do Sul), Posy Simmonds (Reino Unido) e Marcelo D’Salete (Brasil)



O encontro dedicado à banda desenhada convida três artistas bem diferentes entre si: distintos no que diz respeito à geração, nacionalidade, estilo, tradição e materialidade do seu trabalho. Esta será uma pequena constelação que espelha a natureza múltipla e mutante da banda desenhada, um campo artístico cujo crescimento tem sido exponencial nas últimas décadas em todos os aspetos. Procurará compreender-se não apenas modos de produção mas também que respostas, diálogos e reflexões ela estabelece com o tecido cultural global. 



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16 maio | 10h | Policial

“O crime na literatura”



Com Gonçalo Vilas-Boas (moderador), Claudia Piñeiro (Argentina), Raphael Montes (Brasil) e Florent Couao-Zotti (Benim)



A literatura policial desenvolveu-se a partir do século XIX, sobretudo no mundo anglo-saxónico e no francês. Dos detetives extraordinários do tipo de Sherlock Holmes ou Poirot passa-se para detetives policiais, profissionais ou amadores do tipo de Maigret ou Wallander, pessoas comuns. Do whodunnit passa-se para owhydunnit. O policial conquistou novos mercados, como o africano ou da América do Sul, com especificidades próprias, como se verá.



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16 maio | 15h | Ficção Científica



“Raparigas cintilantes e gente animalada. Vampiros fruto de engenharia genética. Um contra-ataque aos marcianos, com Júlio Verne e H. G. Wells a desvendar mistérios”



Com Fátima Vieira (moderadora), Lauren Beukes (África do Sul), Fábio Fernandes (Brasil) e João Manuel Rosado Barreiros (Portugal)



Mas que outra literatura é esta que associa ao progresso tecnológico o thriller policial, o fantástico e o terror? É a Ficção Científica (FC), reinventada por Lauren Beukes, Fábio Fernandes e João Barreiros. Nesta sessão será feita uma reflexão sobre a cultura contemporânea, a partir de mundos imaginados em três continentes. A discussão da natureza e da geografia da FC contemporânea, que passará também pela exibição de curtas-metragens de FC produzidas em África, na América do Sul e na Europa, procurará desvendar não só as potencialidades que o género literário tem hoje para oferecer enquanto arma de crítica social, mas também como instrumento de construção do devir – um futuro que o leitor de FC muitas vezes pressente como estando assustadoramente próximo.

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