segunda-feira, 31 de março de 2014

"O Ataque aos Milionários" de Pedro Jorge Castro


Estamos prestes a comemorar os 40 Anos da "Revolução dos Cravos" e, como se diz por aí... "Recordar é viver".
Então... nada melhor que este novo livro de Pedro Jorge Castro para recordar e viver... :)





Neste livro Pedro Jorge Castro conta o relato inédito dos excessos e perseguições cometidas às famílias Espírito Santo, Mello e Champalimaud, por terem apoiado o Estado Novo e terem enriquecido com o regime, no livro ficamos a conhecer a descrição das suas detenções, as contas congeladas e as suas fugas para o exílio.

É uma viagem pelo interior da Revolução de 1974/1975, uma das páginas mais fascinantes da História contemporânea de Portugal, que permitiu pôr fim à ditadura, à censura e à repressão da PIDE.
Os sindicalistas que assumiram o controlo do Banco Espírito Santo deixaram o momento registado no livro de honra da instituição com letras maiúsculas: «AQUI ACABOU O DOMÍNIO DOS CRIMINOSOS MONOPOLISTAS, INIMIGOS DO POVO E DA REVOLUÇÃO – 11/3/75 ÀS 14 HORAS».

Estava prestes a entrar em acção o tenente Rosário Dias, assessor económico do primeiro-ministro. «Tenho informações de que neste momento os administradores do Banco Espírito Santo estão reunidos e vou lá prendê-los», anunciou. Começou assim a vaga de prisões que atingiu as famílias Espírito Santo, Mello e Champalimaud, transformadas em alvos do poder revolucionário por terem apoiado o Estado Novo e por terem enriquecido com o regime. Foi criado no país um ambiente generalizado de ódio aos ricos. Álvaro Cunhal, líder do PCP, admitiu na altura: «Tem que se fazer contra alguém uma revolução (…) Se é para pôr outra vez os patrões à frente das empresas, nós dizemos não. Queremos que não haja uma recuperação pelos Champalimaud e pelos Mello». O objectivo foi atingido: as nacionalizações começaram a ser discretamente preparadas nos bastidores muito antes de terem sido oficialmente decretadas; e o gabinete de Vasco Gonçalves elaborou uma lista com 305 nomes de altos quadros dos bancos que não podiam sair do país e ficaram com as contas bancárias sob vigilância. A Revolução de 1974/1975 é uma das páginas mais fascinantes da História contemporânea de Portugal: permitiu pôr fim à ditadura, à repressão da polícia política e à censura. Mas teve um lado controverso de excessos e perseguições. Com base em três dezenas de entrevistas e em documentos, na maioria inéditos, conservados numa dezena de arquivos, o jornalista Pedro Jorge Castro reconstitui neste livro a forma como as famílias mais ricas viveram a Revolução que há 40 anos sacudiu Portugal.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Francisco. Vida e Revolução, de Elisabetta Piqué


A Esfera dos Livros irá publicar em Abril o livro Francisco. Vida e Revolução da jornalista e vaticanista Elisabetta Piqué, no intuíto de assinalar o primeiro ano do Papa, e que mostra neste livro o percurso de Jorge Bergoglio até chegar a líder máximo da Igreja Católica.

Muito próxima do Papa Francisco, que conhece há mais de uma década, a autora conta-nos pormenores inéditos sobre o conclave que o elegeu e descreve as novas e polémicas reformas que quer implementar. 

Este livro é um retrato completo que abarca o presente, o passado e o futuro de alguém que em tempos se chamava Jorge Bergoglio e que escolheu o nome Francisco, que constitui um programa, procurando recuperar os valores essenciais do Evangelho: estar do lado dos mais pobres, combater com firmeza os males próprios e alheios, dialogar com todos,  inclusive com as outras religiões e com os não-crentes.



 Um livro a não perder

 Paulo Ribeiro

quinta-feira, 27 de março de 2014

Vamos celebrar o Dia Mundial do Teatro

Como não podia deixar de ser, não se deixa passar em claro este magnífico dia, principalmente neste blog dedicado à cultura.

O DIA MUNDIAL DO TEATRO

Mesmo em tempo de crise, ainda há espaço para celebrações importantes para a cultura do nosso país. E este é um deles.

O Dia Mundial do Teatro é hoje celebrado com várias iniciativas, e entre elas podemos destacar algumas:

No Teatro Tivoli-BBVA, em Lisboa, está em cena "As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos",  com os preços reduzidos para 10 euros, preço especial que a produtora UAU fixou para as quintas-feiras.

O Teatro Politeama reduz, também, para se assistir à "Grande Revista à Portuguesa", de Filipe La Feria. para o preço único de 15 euros por bilhete, mediante a disponibilidade de sala.

Os Artistas Unidos, que apresentam no Teatro da Politécnica, "A Modéstia", de Rafael Spregelburd, com encenação de Amândio Pinheiro, têm entrada livre

No antigo Picadeiro Real, é inaugurada a exposição "Revista ao Parque", com temas do Parque Mayer.

Claro está que estas ideias são apenas algumas das muitas disponíveis para hoje.

Devido a este blog ser muito recente, não tivemos acesso a todas as iniciativas, mas espero que num futuro próximo seja diferente, pois trabalhamos nesse sentido.

Obrigado a todos que já nos acompanham e acreditam no nosso sucesso.



fonte: http://cinemasparaiso.blogspot.pt/



Paulo Ribeiro

quarta-feira, 26 de março de 2014

Uma passagem pelo "Sud – Express"







No dia 28 de Outubro de 1856 era inaugurada a primeira linha de caminho de ferro em Portugal, na extensão de 43 km, entre Lisboa e o Carregado. Construída pela Companhia Central Peninsular dos Caminhos de Ferro de Portugal, concessionaria da linha de Lisboa a fronteira de Espanha. Um dos primeiros objetivos do caminho-de-ferro em Portugal foi a modernização da sociedade e a ligação à Europa. Os trabalhos de conclusão da linha do Leste até a fronteira de Badajoz ficaram concluídos a 24 de Setembro de 1863, sob a direção da então fundada Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, e passa a ser servida por dois comboios diários entre Lisboa e Badajoz. Em 1878, iniciou-se a construção de uma importante linha, o ramal de Cáceres, que liga Portugal a Espanha via Marvão Beirã, sendo inaugurada em 1880. O serviço de comboios entre Valência de Alcântara e Madrid é feito pela Companhia de Madrid Cáceres e Portugal, em grande parte de capitais da C.R.C.F.P., que dispunha de três carruagens cama, as primeiras a circular na Península, para este novo serviço, que é inaugurado em 1881. Em Maio de 1886 a Companhia Internacional da Wagon Lits e dos Grandes Expressos Europeus, fundada por George Nagelmackers em 1872, estabelece um contrato com a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses e inicia os seus serviços em Portugal com a circulação do comboio “Lisboa – Porto Expresso” duas vezes por semana, composto por duas carruagens cama e um restaurante. Nagelmackers no entanto já tinha elaborado um projeto desde 1884 com o objetivo de ligar sete das capitais europeias por via ferroviária, designado por “Nord – Sud – Express”, mas devido a uma série de contingências como uma epidemia de cólera que alastrou no sul da Europa, este projeto só teve inicio em 1887. A viagem inaugural do então designado “Sud – Express” teve lugar em 21 de Outubro de 1887 e revestiu-se de grande solenidade após a chegada do comboio a Lisboa, mesmo sem a presença da família real visto não se encontrarem na capital. Esta inauguração foi citada pela imprensa da época com grande destaque, tendo sido referido pelo Diário de Noticias de 23 de Outubro de 1887, como “a inauguração do trem que nos liga a cidade do gosto”.
                                                           Composição idêntica ao comboio inaugural do Sud Express


A inauguração oficial é a 25 de Novembro de 1887. Estas comemorações terminaram com um circuito turístico pelo sul de Espanha, passando por Madrid, completado com ligação a Paris. 
As notícias, literatura, a moda e futilidades assim como a tecnologia e ciência de então, chegam rapidamente a Portugal com esta nova ligação internacional. Em menos de seis meses após a sua inauguração, o “Sud - Express” passou a circular duas vezes por semana e a partir do dia 1 de Julho de 1890 tornou-se tri semanal, partindo de Lisboa as 2 horas da noite chegando a Paris a 1 hora do dia seguinte. A partir de 1895, em vez de efetuar o percurso Lisboa - Paris via Madrid, o “Sud – Express” partindo de Lisboa reunia-se a composição espanhola Madrid – Hendaye, na estação de Medina del Campo, utilizando para isso o novo itinerário da linha da Beira Alta inaugurada em 1881.
A ligação ao Porto era feita em Medina del Campo por um comboio que fazia este percurso via linha do Douro até Barca D´Alva, comboio citado por Eça de Queiroz no seu  romance “A cidade e as serras”. A partir de 1891 o “Sud – Express” deixa de ter como términus a estação de Sta Apolónia, passando a ser a então recentemente inaugurada estação central do Rossio e em Paris a igualmente recentemente inaugurada gare de Orsay. Ficando assim ligadas a gare do Rossio a gare de Orsay. Para melhor servir os seus clientes a Companhia da Wagons Lits cria a Companhia dos Grandes Hotéis, inaugurando em Lisboa o Hotel Avenida Palace em 1894, que tinha a particularidade de ter um acesso direto entre a gare da estação do Rossio e o hotel. Nas suas deslocações habituais a Europa, muitas personalidades nacionais e estrangeiras da época utilizaram desde a sua inauguração este comboio. Também as principais companhias de navegação, viram grande interesse neste comboio internacional, tendo modificado as suas escalas, fazendo de maneira que os seus navios se encontrassem em Lisboa para haver correspondência direta com o “Sud Express”
                                                      Sud Express na ponte do Luso em meados do inicio do sec. XX

Com a eclosão da I Grande Guerra Mundial em 1914, o serviço de comboios “Sud – Express” é suspenso. Embora este venha a ser restabelecido na Península Ibérica em Junho de 1915, voltando em 1921 a ser de novo restabelecido em toda a sua extensão, passando em 1922 a ser diário a partir de Lisboa, sob dupla denominação de “Sud – Atlantic – Express” no ramo de Lisboa.
A partir dos anos 30 o “Sud – Express” passa a ter o percurso mais longo de sempre, terminando no Estoril, permitindo uma viagem direta de Paris até esta bela e famosa estância balnear com as suas praias, termas, casinos e magníficos hotéis. A ligação era feita por uma carruagem cama que seguia para o Estoril, via linha de Cascais após a chegada a Lisboa - Rossio. Esta ligação foi efémera.
                                                           
                                                Composição do Sud Express na estação do Estoril em meados dos anos 30

Com a Guerra Civil Espanhola o “Sud” mais uma vez é suspenso e isola Portugal do resto da Europa, o trajeto só é restabelecido em Julho de 1937, mas precariamente, ligando Lisboa a Irun, devido ao fecho da fronteira. A Wagons Lits vê-se obrigada a admitir 2ª classe no comboio e com o eclodir da II Guerra em 1939 o “Sud – Express” acaba como comboio de luxo. No período da II Guerra o “Sud” foi um comboio muito utilizado por monarcas depostos, espiões, traficantes, troca de prisioneiros e refugiados da guerra. Refugiados estes que alteraram muitos dos hábitos sociais da época na capital. Mais uma vez o “Sud – Express” funcionou como veículo de influências sócio culturais para o nosso país, caem alguns tabus e modificam-se tradições. Portugal como pais neutral, torna-se assim um “Porto de Abrigo” para os refugiados de guerra, também algumas figuras conhecidas do mundo das artes e política utilizaram o “Sud – Express” para o regresso aos seus países de origem.

                                                                            Sud Express na região de França                          

Neste período pós guerra, o “Sud – Express” restabelece o seu percurso normal Paris – Lisboa, em 1 de 1947, este comboio do pós-guerra nada tem a ver com o luxuoso e caro do início do século cheio de encanto e glamour. Também as relações económicas entre os três países haviam afrouxado, a rede ferroviária em Espanha tinha sido fortemente abalada pela guerra e não permitia praticar grandes velocidades. A clientela que procurava o “Sud” já não era a mesma. O advento da aviação comercial que entretanto se tinha expandido, nomeadamente a partir dos anos 50 veio tirar clientela a este comboio. A partir de 1955 o “Sud – Express” voltou a ser diário e retoma como estação términus Sta Apolónia em Lisboa.
Composição do Sud Express na estação de Sta Apolónia em meados dos anos 50
 








Com a revolução dos cravos o “Sud – Express” vira também a ter o seu papel de comboio da liberdade para muitos, que por ideologias políticas estavam longe no exílio e que agora regressam ao país de origem. O “Sud – Express” deixa de ter o encanto de outrora, com as belas carruagens de madeira de tecka envernizadas ou das nostálgicas e lendárias carruagens azuis da Wagon Lits que as celebrizaram, passa a ser um vulgar comboio que transporta todo o tipo de passageiros, nomeadamente a grande emigração para França no inicio dos anos 60 e 70, já nos anos 80 é o comboio dos Inter – Rail.
É na década de 80 mais concretamente em 11 de Setembro de 1985, que ocorreu com um comboio complementar ao “Sud”, um dos mais graves acidentes ferroviários ocorridos em Portugal. O choque frontal em Alcafache na linha da Beira Alta de um comboio regional com o especial emigrantes que teria ligação ao “Sud”. Morrendo meia centena de passageiros sendo vários dados como desaparecidos. Apesar de alguns acidentes ocorridos na história deste comboio, este foi o mais grave.
                                                                                         Sud Express na linha da Beira Alta
Com partidas diárias de Lisboa e Paris, continuando assim a manter ligadas estas duas belas capitais europeias, proporcionando uma travessia mais rápida e cómoda, já eletrificada, a linha da Beira Alta percorre pitorescas zonas de belas paisagens com o seu verde por entre rochas graníticas, pontes e túneis, até chegar a vila fronteiriça de Vilar Formoso e depois Espanha. Apesar do “Sud – Express” ser um comboio que como alguns lhe chamam, uma caricatura do original, ainda conserva alguma nostalgia e até um certo romantismo próprio dos grandes expressos, sendo um dos poucos sobreviventes desta “espécie”, que a partir de 1 de Março de 2010, passados que são 120 anos da sua inauguração, passa a ser efetuado com composições Talgo, alugadas para o efeito a RENFE. O “Sud – Express” entra assim na modernidade, todavia já não constitui o importante veículo sócio cultural de outrora, mas continua a ser um comboio democrático com preços para todas as carteiras.
                                          
                                                                                        Sud Express atual na zona de Lisboa com composição Talgo Pendular






Paulo J. A. Nogueira


terça-feira, 25 de março de 2014

Teatro Rápido. Um novo conceito ainda pouco conhecido

Como amante das artes, é óbvio que o teatro tinha de fazer parte de mim.
Assim sendo, hoje venho partilhar convosco um  recente conceito de teatro.
Acabaram-se as desculpas antigas de que o teatro é caro... é só de elites... são sempre peças muito longas... etc...
Enfim... Desculpas.....
Agora chegou até nós o Teatro Rápido.
Este teatro está aberto desde 1 de Maio de 2012 e situa-se em pleno Chiado. mais propriamente na Rua Serpa Pinto, 14.
São 4 salas com sessões de 15 minutos cada, e mensalmente têm um tema diferente. Cada sessão custa uns modestos 3 euros. O que é, na minha opinião, um valor bastante convidativo.
Penso que, com este conceito, já deixou de haver desculpa para não ir ao teatro, e mais importante ainda, estimula as pessoas a criarem o hábito de o frequentarem. Numa altura em que só se fala em crise, este teatro torna-se num excelente programa para uma final de tarde ou mesmo para um final de semana diferente.
Para saberem mais sobre este conceito e sobre as peças em cena e horários podem e devem consultar a pagina oficial em

http://teatrorapido.blogspot.pt/
fonte: http://teatrorapido.blogspot.pt/

segunda-feira, 24 de março de 2014

As Linhas de Torres Vedras

Durante a Terceira Invasão Francesa, as Linhas de Torres Vedras impediram o exército de André Masséna de atingir Lisboa e acabaram por provocar a sua retirada de Portugal.
O responsável pelos trabalhos de engenharia  foi o Coronel Richard Fletcher, sob o comando de Sir Arthur Wellesley, duque de Welington.

Tendo eu raizes sobralenses, tenho muito orgulho em começar este blogue com um pouco de História. O passado continua muito presente e a prova disto está no cinema, com um filme sobre as Linhas de Torres, recriações históricas, e mais recentemente um prémio
atribuido. O Prémio EUROPA NOSTRA 2014.

foto: site C.M.S.M.A

"Este prémio constitui uma distinção atribuída pela União Europeia e pela Rede Europa Nostra, no que se refere à preservação e defesa do património cultural Europeu..." (fonte: site da C.M.S.M.A)
Podemos ler mais aprofundadamente sobre o tema no site da Câmara Municipal de sobral de Monte Agraço.