A 18 de Agosto de 1877, o inventor americano Thomas Alva
Edison consegue gravar e reproduzir os sons gravados e fez a
primeira experiência com o célebre poema “Mary
has a little lamb”. Chamou ao seu invento o
fonógrafo e após algumas polémicas com o autor do invento é
Edison quem o patenteia. O fonógrafo era constituído por
um cilindro giratório revestido de uma folha de estanho e este
cilindro por sua vez accionado manualmente por uma manivela de
progressão axial por sistema de parafuso, havendo uma separação do
estilete de gravação do da reprodução.
Após
vários aperfeiçoamentos este novo aparelho é melhorado e começa a
ser comercializado utilizando para melhor qualidade do som cilindros
de cera mineral, o ozocerito e o estilete de aço por um de safira em
forma de goiva.
Thomas
Alva Edison e o seu fonógrafo patenteado (colec.
do autor)
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Modelo
de fonógrafo comercial e cilindro de cera marca Edison (colec.
do autor)
Enquanto
se grava sons em cilindros, em 1888 o inventor Emile Berliner muda a
forma dos cilindros para discos planos de 17 cm de diâmetro que
giravam a 70 rotações por minuto e duravam cerca de 2 minutos,
estes discos de goma - laca passam a ser comercializados a partir de
1892, discos estes de uma só face. Com eles surgem também o
gramofone a corda. Não se sabe ao certo qual o primeiro disco a ser
gravado em Portugal, porém a maioria dos entendidos defende que
terá sido realizado em 1903 por um inglês, Edward Moll, que gravou
no Quartel dos Marinheiros em Alcântara, algumas interpretações da
Banda dos Marinheiros da Armada Real, gravação essa levada depois
para Hamburgo onde terá sido feito um disco de uma só face com a
etiqueta da Gramophone, conhecida em Portugal por “Cara de anjo”,
por no lado não gravado do disco surgir impresso um anjo reclinado.
A partir de 1907 a Columbia Gramophone apresentou pela primeira vez
um disco de dupla face. Com este avanço técnico surgem também os
designados gramofones que utilizam estes discos.
Disco
de uma só face da etiqueta Gramophone ou “Cara de Anjo”, frente
gravada e verso
(colec. do autor)
Os discos
de 50 e 60 cm de diâmetro, com cerca de 15 min. são comuns na
década de 1910. Em 1925 a velocidade dos discos passa de 80 para 78
rotações por minuto. Os gramofones estariam em moda até meados dos
finais do anos 20, altura em que aparecem os primeiros gira-discos
eléctricos, já em meados dos anos 30. Em 1933 é desenvolvida a
gravação em estéreo fonia pela firma EMI gravando discos em 78
rotações. Após a II Guerra Mundial o uso do vinil vem sobrepor-se
a goma-laca, permitindo este novo material que o sulco dos discos
fossem mais estreitos podendo assim reduzir a velocidade e aumentar a
duração, permitindo tocarem cerca de 23 min. de ambos os lados a 33
1/3rpm. Este novo disco é designado LP Long Play e é introduzido
pela etiqueta Columbia. Até 1946 os discos que se comercializavam em
Portugal eram todos de importação com excepção dos que eram
gravados directamente nas estações de rádio, sobretudo na Emissora
Nacional, apenas para difusão radiofónica. A partir de 1947 surge
em Portugal a primeira fábrica de discos no Porto, a Fábrica
Portuguesa de Discos, que prensava apenas os discos, utilizando
matrizes que eram fabricadas no estrangeiro, feitas a partir de fitas
magnéticas gravadas em Portugal nos estúdios de radiodifusão. Só
a partir de 1957 se começaram a produzir em Portugal as matrizes de
cobre que permitiam a duplicação das gravações. O panorama
musical muda em meados de 1958 com a introdução dos discos de 45
rotações por minuto estereofónicos, as firmas Decca e Pye são as
primeiras a introduzir este tipo de disco no mercado, 25 anos depois
dos primeiros discos estéreo de 78 rotações por minuto da EMI.
Discos
de vinil de 45 e 33 rpm (colec.
do autor)
A partir de 1934 é produzida na Alemanha a primeira
fita de gravação magnética pela firma BASF, para uma maquina da
AEG Telefunken. Tratava-se de uma fita de plástico revestido num dos
lados com um pó de oxido de ferro, permitindo uma diminuição do
peso, o aumento de fidelidade, a duração da gravação e a
manipulação das gravações. Os estúdios gravavam em bobines de
fita magnética em mono que depois passavam para as matrizes para a
prensagem dos discos. Este sistema de gravação passa a ser usado
também pelo público com aparelhos domésticos e semi-profissionais
comercializados a partir dos anos 50. Nos anos 60, a empresa
holandesa PHILIPS introduziu no mercado a cassete, uma pequena caixa
que continha os carretos e a fita magnética, transformando a
gravação doméstica e a profissional também dos 30 anos seguintes.
Cassete áudio de meados anos
90 (colec. do autor)
Em
meados da década de 70 a Sony e a PHILIPS aliaram-se para
desenvolver um disco digital de apenas 11,5 cm de diâmetro e com a
duração de uma hora de um só lado. A partir de 1983 começou a ser
comercializado este suporte digital com o nome Compat Disc ou
simplesmente CD. Este suporte seria anunciado como o “som superior
eterno”, pois o disco não sofria desgaste, não era tocado por
nenhuma agulha como o vinil e por ser digital era de superior
qualidade. Dez anos depois o CD ainda não se tinha conseguido impor
a qualidade de som, era inferior ao disco de vinil, havia o problema
do manuseamento, era preciso ter cuidado para não riscar a face
gravada etc. O CD acabou por se impor não pela sua qualidade mas
simplesmente por ser mais barato o seu fabrico do que os discos de
vinil.
Compact Disc Digital Audio e
leitor gravador
(colec. do autor)
Em simultâneo a empresa nipónica SONY, apresenta em
finais da década de 80 o DAT, Didgital Audio Tape, uma cassete
totalmente diferente e de qualidade de som superior ao CD, mas devido
ao seu preço e à falta de cassetes DAT pré-gravadas, apenas teve
sucesso nos meios profissionais.
Gravador/
leitor e cassetes de áudio sistema DAT
(colec. do autor)
Em 1993 a SONY apresenta um novo suporte digital com uma
qualidade próxima da de um CD, o Mini-Disc. Este suporte
apresentou-se como uma alternativa viável à cassete analógica, que
nos anos 90 ainda era mais popular, acesso directo às faixas,
regravável um milhão de vezes, sem perdas de qualidade, digital,
etc; até porque o CD gravável não estava ainda ao alcance de
todos, só gravavam uma vez e eram caros, assim como os seus
equipamentos. Mais tarde já em meados da década de 90 a marca
PHILIPS começa a comercializar gravadores de CD domésticos, fazendo
concorrência aos MD. Em 1996 aparece um novo suporte de gravação
de vídeo que traz a novidade do som surround. O DVD Digital Versatil
Disc, foi a tecnologia que mais rapidamente teve sucesso junto dos
consumidores, enquanto o CD demorou cerca de quinze anos para se
impor, o DVD apenas precisou de três.
Leitor/
gravador de Mini
Disc (foto Sony)
Enquanto
que neste começo de século os sistemas de alta definição tentam
ganhar posição no mercado, não estando ainda decidido quem ira
suceder ao CD e DVD, formatos baseados em computador, sem partes
móveis, fortemente comprimidos como o mp3 ou wuma, ganham terreno,
principalmente nos consumidores mais jovens e a internet proporcionou
isso mesmo. O cartão smartmedia, um dos muitos formatos em que é
possível gravar música em mp3, wav, ou outro formato com compressão
estão a ganhar terreno e qualidade.
Mini
leitor de mp3 e cartão de memória 4 GB (foto
da Apple)
Texto:
Texto:
Paulo
J. A. Nogueira
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