(fotos de Paulo Ribeiro)
Localizando-se a sul de Vila Real de Santo António, junto à margem direita do rio Guadiana, este Farol constava já no designado Plano Geral de Alumiamento e Balizagem da Costa Marítima Portuguesa de 1866, da autoria do Capitão – de – fragata Francisco Maria Pereira da Silva, inspetor geral dos faróis, como Farol de 2ª ordem. Foram os engenheiros D. Ricardo Peyroteu e Domingos Tasso de Figueiredo que, em 1884, determinaram a altura do ponto luminoso sobre o terreno. Após vários estudos para a construção do Farol, prevaleceu o projeto de engenheiro José Joaquim Peres, o qual empregava cimento armado, tornando a construção mais leve e as fundações mais baratas. A autorização para a sua construção pelo Ministério da Marinha, foi dada em 1916 e em 20 de Janeiro de 1923 começou a funcionar.
Diversas fases da construção do Farol de Vila Real de Santo António
A torre, circular com 46 metros de altura e 52 metros de altitude, em cimento armado, de cor branca e com listas horizontais escuras; no inicio a luz de relâmpagos brancos, era obtida por incandescência do vapor de petróleo e tinha um alcance de 33 milhas. Em 1927 é eletrificado com motores geradores e em 1947 é ligado à rede pública de eletricidade, a máquina de relojoaria que até ai suportava o movimento ótico do aparelho, foi substituída por motores elétricos e a lâmpada por uma de 120 V/3000 W.
Aspeto do Farol de Vila Real de Santo António
em meado dos anos 20
Aspeto do Farol de Vila Real de Santo António
em meado dos anos 20
Sistema de iluminação por incandescência do vapor de petróleo, idêntico ao original utilizado no Farol de Vila Real de Santo António
Mecanismo de relojoaria que suportava o movimento do aparelho ótico,
idêntico ao original utilizado no Farol de Vila Real de Santo António
Foram mais tarde instalados vários sistemas de alarmes e um radiofarol em 1950. Em 1960, os dínamos foram substituídos por alternadores e foi instalado um elevador de acesso à torre.
Aspeto do Farol de Vila Real de Santo António em postal de meado dos anos 70
Lâmpadas e aparelhos de medida utilizados ao longo de décadas
no Farol de Vila Real de Santo António (fotos de Paulo Ribeiro)
no Farol de Vila Real de Santo António (fotos de Paulo Ribeiro)
Já em meados de 1983 a lâmpada é de novo substituída por uma de 120 V/ 1000 W, com um alcance luminoso de 26 milhas náuticas. No ano de 1989, o Farol é automatizado dispondo de todos os mecanismos necessários para colmatar qualquer falha nos sistemas principais, estando portanto desprovido de faroleiros nos dias de hoje. Em 2001 foram extintos todos os radiofaróis por deixarem de ter interesse para a navegação. Dispõem também este Farol de dois pisos outrora para habitação dos faroleiros, depósito de material e outros afins. Ainda hoje possui o equipamento ótico lenticular Fresnel de 3ª ordem, grande modelo com 500 mm de distância focal de rotação original, dando relâmpagos de luz branca. O alcance luminoso é de 33 milhas, sendo visível em todo o horizonte marítimo.
E numa passagem pelo Algarve, é um monumento que vale a pena visitar, não só pela sua arquitetura como pelas magnificas vistas que do alto da sua torre se podem vislumbrar.
Aspeto do Farol de Vila Real de Santo António na atualidade (foto de Paulo Ribeiro)
Aspeto do casario anexo do Farol de Vila Real de santo António na atualidade (foto de Paulo Ribeiro)
Aparelho ótico lenticular Fresnel do Farol de Vila Real de Santo António ( foto de Paulo Ribeiro)
Vistas obtidas a partir do Farol de Vila Real de Santo António
na atualidade (fotos de Paulo Ribeiro)
Paulo J. A. Nogueira
Sem comentários:
Enviar um comentário