A sabedoria popular diz que: “No dia de S. Martinho vai à adega e prova o vinho”. Este provérbio dá-nos a informação de que o vinho novo se pode beber a partir do dia 11 de Novembro..
Mal acabam as tarefas dos vinhos começam as tarefas das vinhas ,inicia-se um novo ciclo.
Só com uma boa cepa se faz um bom vinho. Para isso a parte é importante é o plantio da vinha, a escolha acertada da casta, que terá de ser escolhida em concordância com o clima e a qualidade do solo.. Levará um certo tempo ( pelo menos três anos) para que os cachos rebentem e nos dêem as saborosas uvas, que são tão gostosas de se comer, como especiais para fabricar vinho. Quem não comeu uma uva tinta Santarém ? Em finais de Setembro e durante todo o mês de Outubro é o período em que se fazem as vindimas na nossa região .A vindima inicia-se quando o estado de maturação da uva o permita.
Durante a vindima as uvas são transportadas para as adegas e aí transformadas.. A pele da uva tinta é rica em tanino e os pigmentos são utilizados na fermentação para criar uma boa cor, o mosto ferve e liberta gases nocivos à saúde das pessoas ,por isso, tem que haver muito cuidado em arejar os espaços, ao tirar as curtimentas. Os vinhos brancos não passam por este processo.
O vinho é feito a partir da obtenção do mosto da uva , mais ou menos ,um quilo de uvas dará sete decilitros e meio de vinho. Os vinhos terão o seu estágio até que os enólogos achem que eles possuem as características necessárias para engarrafar ou engarrafonar, e, depois de um estágio seguirá para o comércio. Nos últimos anos houve uma inovação de ideias e apostou-se mais na qualidade, do que na quantidade, será só esse o futuro.
A poda das vinhas, (cortar as vides desnecessárias )é feita quando a videira se enciontra toda despida e segue-se a empa que consiste em dobrar a vide e atá-la para evitar o desenvolvimento das parras em sítios não próprios, ajudando a frutificação.
Noutros tempos as vindimas eram feitas manualmente por “ranchos” de pessoas , e transportadas para os lagares e aí eram esmagadas pelos pés de um grupo de homens, que de braço dado mantinham uma cadência, geralmente, movida por uma cantilena ritmada e dolente.
Os vitivinicultores de hoje são as grandes quintas, o pequeno viticultor ou vende as uvas, ou entrega as nas Adegas Cooperativas.
Na véspera de S. Martinho era tradição na nossa região o magusto, comiam-se castanhas assadas e bebia-se água-pé ou o vinho novo. Dizia-se que as bebedeiras deste dia eram para os amadores. Lembro-me muito bem quando em todas as noites de 10 de Novembro, nas casas do Sobral,se juntavam os amigos para festejar o S. Martinho.
"Pelo S. Martinho vai à adega e prova o vinho" outros tempo em que tudo era feito manualmente e as máquinas não tinham invadido nossas vidas.Só espero que no futuro, nos campos do Oeste, o verde dos vinhedos voltem a animar a paisagem.
texto: Maria Alexandrina Reto
Sem comentários:
Enviar um comentário