
Numa curta intervenção, o Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, saudou os vencedores e o Júri presidido por Guilherme d’Oliveira Martins, sublinhando: “É uma honra estar presente nesta cerimónia que homenageia Fernando Namora e a Agustina Bessa-Luís e que, obviamente, ganha um significado especial pelo anúncio da atribuição de um novo Prémio com o nome de Vasco Graça Moura”.
Jorge Barreto Xavier que presidiu pela primeira vez a esta cerimónia referiu, “o significado do Prémio que se institui, hoje, parece-me lógico e extremamente feliz. Vasco Graça Moura distinguiu-se por um permanente exercício de cidadania e a forma impar como se diferenciou nas suas múltiplas facetas orgulha-nos a todos”.
“A sociedade Estoril Sol e, nomeadamente, Mário Assis Ferreira estão de parabéns pela atribuição destes Prémios, que consolidam a presença da Empresa em iniciativas de âmbito cultural com um relevante contributo na sociedade portuguesa”, concluiu.
No enquadramento das obras vencedoras, Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Júri, referiu que o romance “Teoria Geral do Esquecimento” “evidencia as qualidades literárias de José Eduardo Agualusa. Uma obra rica onde se encontra uma linguagem em que o português é falado em intercepção com outros modos”.
O Presidente do Júri disse, ainda, que “Horizonte e Mar” “é um bom exemplo da relação dos portugueses com a Costa Atlântica. Distingue-se por uma narrativa bem conduzida, permitindo que se compreenda tudo o que rodeia os seus personagens”.
Guilherme d’Oliveira Martins recordou que foi sob a presidência de Vasco Graça Moura, que o júri se reuniu para atribuir os Prémios Literários a José Eduardo Agualusa e a Paula Cristina Rodrigues.
“Vasco Graça Moura é insubstituível. Deixou-nos o exemplo de uma personalidade fascinante, com uma actividade intelectual diversificada onde predomina a ética e a estética. Foi autor de uma obra vastíssima na qual perdurará a sua excepcional qualidade literária”.
Após a entrega dos Prémios aos dois vencedores pelo Secretário de Estado da Cultura, foi José Eduardo Agualusa quem usou, primeiro, da palavra: “Utilizo a língua portuguesa como instrumento de trabalho, desde que comecei a escrever há mais de 20 anos. A língua portuguesa ultrapassa fronteiras e o meu objectivo é utilizá-la em todas as suas variantes, territórios e tempos”.
Por seu lado, Paula Cristina Rodrigues confessou que o Prémio que recebeu tem um significado muito especial. “Agustina Bessa-Luís é uma escritora que povoa o meu imaginário desde a minha adolescência. É uma referência colossal da língua portuguesa. Presto-lhe aqui a minha homenagem”.
Na abertura da cerimónia, o Presidente da Estoril Sol, Mário Assis Ferreira, saudou os vencedores. Com o romance “Teoria Geral do Esquecimento”, José Eduardo Agualusa “reforçou a maturidade literária que o tem projectado muito para além das fronteiras que são a sua casa comum. Já Paula Cristina Rodrigues, ao escrever “Horizonte e Mar”, é “a jovem escritora nortenha que ingressa no exigente elenco de revelações na ficção romanesca, sob a égide de Agustina Bessa-Luís”.
“E é no âmbito desse enquadramento e do fiel compromisso aos desígnios da Estoril Sol na promoção da cultura que decidimos instituir um novo Prémio em homenagem a Vasco Graça Moura, saudoso Amigo que acompanhou os trabalhos deste Júri, até ao limite das suas forças, enquanto seu Presidente”.
E anunciou: “Será um Prémio com o seu nome, consagrado à Cidadania Cultural, com periodicidade anual, no valor de 40 mil euros, inaugurando, também, uma nova parceria da Estoril Sol com a Editora Babel”.
Mais adiante e a concluir: “Cultura é o desígnio que nos acompanha desde há décadas e ao qual nos queremos manter fiéis, não obstante as dificuldades conjunturais que enfrentamos e que tão duramente têm afectado o País”.
O Júri da 16a edição do Prémio Literário Fernando Namora e da 6a edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, integrou, além de Vasco Graça Moura, que ainda presidiu, Guilherme D`Oliveira Martins, em representação do CNC – Centro Nacional de Cultura; José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores; Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas; Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários e, ainda, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, em representação da Estoril-Sol.
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