Esta exposição vai explorar o contexto criativo surgido em torno de Robert e Sonia Delaunay, durante o curto exílio do casal em Vila do Conde, entre Junho de 1915 e Janeiro de 1917, e que juntou artistas como Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Viana, José Pacheco e o pintor americano Samuel Halper.
Durante este período, marcado por intenso trabalho e por um grande dinamismo criativo, o casal Delaunay ensaia a pintura órfica (pintura a cera misturada a quente com pigmento que contribuiu para uma maior vibração dos contrastes simultâneos), no que é seguido por Amadeo, Viana e Halpert.
A exposição vai apresentar muitos dos trabalhos realizados em Portugal nesses anos, destacando o projeto coletivo a que chamaram La Corporation Nouvelle (Nova Corporação) no qual colaboram Amadeo, Viana e Almada, nela se inscrevendo igualmente Blaise Cendrars, Guillaume Apollinaire e o pintor russo Daniel Rossiné. O projeto sustentava uma ação organizada de união entre artistas e previa exposições itinerantes de Norte a Sul, de Este a Oeste, e a produção de álbuns, vendidos por subscrição, que acompanhariam as exposições.
A acompanhar esta mostra, será publicado um catálogo com textos de investigação sobre este período, focando, nomeadamente, a relação de trabalho de Sonia e Robert Delaunay com Amadeo e com o galerista futurista italiano Arturo Ciacelli, responsável pela apresentação em Estocolmo, em 1916, da única exposição que se pode inscrever no quadro daCorporation Nouvelle.
O volume destaca igualmente, entre outras questões, a encomenda a Sonia Delaunay de uma pintura para uma fachada de um edifício em Valença do Minho, a influência da pintura simultânea desenvolvida por Robert e Sonia Delaunay na poética literária e visual de Almada Negreiros e ainda a relação próxima de Eduardo Viana com os Delaunay.
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